Thursday, April 26, 2007

 

Os arquétipos quizísticos

Antes demais, as minhas desculpas pela ausência de escrita na última semana, ou pela retoma nesta; como imaginarão, fui retido pela organização do quiz de sexta-feira. Dito isto, é de bom tom evitar manipular este púlpito como instrumento injustamente privilegiado de retribuição, pelo que me dedicarei a outro tema - esse sim, muito mais premente.

Concretamente, os diversos arquétipos de quizeiros da nossa praça.

Sem pretensões de generalidade ou acerto estatístico, conclui que muitos dos que nos rodeiam mensalmente no fórum ajudita se podem enquadrar em meia-dúzia de arquétipos mais ou menos injustos, que passo a expor:

- O campeão:

Distingue-se pelo seu ar demasiado à vontade. Demasiado porquê? É apenas humano que a pressão competitiva, social e intelectual vergue as naturais inclinações de um jogador, que se transforma dentro do quiz, para melhor ou pior. O campeão, pelo contrário, age como se tivesse nascido dentro de uma biblioteca, sido alimentado a queijinhos de Trivial Pursuit, e educado por meia dúzia de Arquimedes de fato e gravata: nada o afecta, a competição é apenas uma questiúncula entre brutos iludidos - ele sabe que é o melhor. Por vezes acusam-no de não o demonstrar e prejudicar a equipa com ares de imponência ausente. Num dia bom, talvez se digne a responder, com bonomia e distanciamento, que nem achou que fosse necessária a sua intervenção; num dia mau, acusará a equipa de não o apoiar, com a melhor pose de virgem ofendida pelos pecados do mundo. Num dia médio, disfarça qualquer desconhecimento ocasional com palavras como "sinergias", "colaboração" e "brainstorming".

- O herói:

Quer ser campeão, mas não tem jeito. Sabe que os tiques nervosos o trairiam numa representação mais avantajada de superioridade, por isso tenta disfarçar com palpites e respostas debaixo da língua (exemplo já versado neste blog). O mundo do campeão não necessita de salvação, porque ele lá está — já o do herói precisa, e esta tarda em chegar. Organicamente, tem uma ligação directa entre o cérebro e a boca, que se vai comprimindo durante o jogo; como tal, no início vomita ininterruptamente tudo o que se lembra, na esperança estatística de acertar... Vai decaindo para onomatopeias e gritos de golo falhado, por falta de vocábulos não utilizados e de ouvidos por macerar. Como desculpa, remata uns "Claro, era óbvio!" pós-resposta, e reage com irritação quando o interrompem: está a fazer o melhor que pode. Gosta de expressões como "ponta da língua", "inconscientemente" e "documentário algures".

- O fixe:

O fixe é fixe. Não quer ser herói, satisfaz-se plenamente com o seu estatuto; mas, por vezes, consegue sê-lo. A sua presença habitual passa por uma pose descuidada, meio derramado sobre a cadeira, a galar as gajas que porventura abarcar com a vista. Considera o quiz principalmente como uma actividade social, e a competição é-lhe indiferente. Só fala quando sabe e, por essa razão, é ouvido atentamente, embora com alguma ironia nos entre-olhares dos restantes membros. No entanto, a ausência de nervos traduz-se em palpites geralmente úteis, regalando-se com um ou dois actos de heroísmo por noite. Geralmente apaga-se durante o quiz, por falta de conversa e excesso de nervosismo circundante. Se não fosse pelo amigo que lhe pediu imenso que suprisse uma lacuna nos elementos da equipa, não vinha. Ou talvez viesse. Gosta de expressões como "Nope", "está tudo controlado?" e "Isto é X, na boa".

- O estroina:

O estroina começa fixe. Mas prefere ser conhecido como "bon vivant", "artola", "boémio", ou "curtido", "maluco", "marado" — consoante a faixa etária. Isto porque, com o decorrer das perguntas e o levantar de copos, o estroina rapidamente cruza a fronteira de fixe para o inevitável bêbedo. No processo, perde o mesmo à-vontade (e equilíbrio) que lhe permitiu ir ao bar enquanto os colegas ruminavam a cascata que se aproximava. Consoante a capacidade de absorção de álcool, estabiliza num opinador belicoso, ou resvala para o dissipador exaltado. No entanto, como até sabe bastante, as suas opiniões ou gritos são bastas vezes acertadas; infelizmente, o tom de ameaça ou o volume utilizado desacreditam-no. Não tem expressões favoritas, tem copos personalizados.

- O cromo: O cromo não se importava de ser estroina. Mas sente em demasia o peso da responsabilidade para relaxar, e tem apenas tempo para ir beberricando a sua bebida de eleição (do 7Up ao Whiskey) entre duas cascatas. Chateia-se com os estroinas da equipa, pelo caos que geram, mas prefere-os aos fixes, que simultaneamente inveja e censura pelo descomprometimento. Não tolera heróis: o cromo tem horror ao exibicionismo, que considera teatral e falso. A pressão inerente às perguntas que pensa ter a obrigação de saber pode levá-lo a enganar-se — os colegas têm de aprender a dosear a fé no seu conhecimento mirabolante, de modo a que não bloqueie. O cromo é o mais moral dos jogadores de quiz: traumas liceais e outros levam a que, mais que um plebiscito às suas capacidades intelectuais, sinta que da pontuação final depende o seu lugar e utilidade na sociedade. Expressões favoritas: "Não é nada assim...", "Perdemos por minha causa" e "Eu digo", seguido de um silêncio sepulcral até à cascata cair na equipa: o cromo não confia que os demais cgesonsigam transmitir a profundidade da resposta.

- O tímido:

O tímido não quer ser cromo, embora seja muitas vezes confundido como tal. Inveja o fixe, pelo à-vontade e suposta vida social preenchida. E detesta o herói, que o interrompe das poucas vezes que ganha coragem para se pronunciar. Muitas vezes associa-se ao estroina: o muito tempo que passa calado serve para se ir enfrascando subrepticiamente, e a eloquência alcoólica daquele consegue por vezes furar a barreira do silêncio. Por vezes. Ao contrário do fixe, entrega-se plenamente ao jogo, mas em voz baixa: uma equipa inteligente saberá utilizá-lo como fiel da balança e frequente factor de desempate de palpites e chouriçadas. Expressões favoritas: "Desculpa", "Não sei, talvez o que ele queira seja" e "Se calhar o melhor é votar".

- O mudo:

O mudo não quer ser nada. O seu isolamento é tal que ninguém percebe se é extremamente tímido ou simplesmente oco; os colegas dividem-se entre considerá-lo genial, difícil, burro ou simplesmente desambientado. Em todo o caso, não ajuda nem perturba, simplesmente está. Muitas vezes assume tarefas paralelas, como tomar conta da pontuação, trazer canetas ou dar toques ligeiros na mesa quando há novo motivo de atenção. Se pigarreia, é porque está mal da garganta: ao contrário do tímido, o mudo não insinua. Expressões favoritas: não tem.

 

QuizMania: Mais um Pub Quiz em Lisboa

É já a partir de terça-feira, dia 8 de Maio, que se irião iniciar jogos de Quiz de Cascata e Quiz escrito no Bar Sound Clube Lapa, sito na Rua do Guarda - Mor 21-25. A organização destes novos quizzes que prometem agitar a noite lisboeta está a cargo do Nuno Vitoriano - o "careca" dos Laranja Mecânica - e convidados.

Segundo apurou este blog, os jogos terão ínicio às 22h45 , realizando-se semanalmente às terças-feiras. Haverá algumas novidades na apresentação do "jogo-piloto" neste novo espaço de Lisboa , que estará aberto de Terça a Sábado.

O Sound Clube da Lapa foi inaugurado no passado dia 19 de Abril e tem vindo a marcar pontos na movida lisbonense . A partir de agora, é outra das novas casas do Quiz lisboeta. Brevemente, publicaremos uma entrevista ao Nuno Vitoriano com mais pormenores sobre esta iniciativa.

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Tuesday, April 24, 2007

 

Os riscos das listas

Muito bem, cá estou eu para mais uma desinteressante, sensaborona e até mesmo insípida crónica de sexta feira. Mas, é terça feira, dirão alguns escravos do calendário gregoriano, que regem a sua vida até ao segundo de forma ditatorial. Pois bem, nesses caso troquem o dia na primeira frase, que o resto continua a fazer sentido.

Infelizmente, a semana passada foi me impossível escrever no dia em é suposto fazê-lo, um acontecimento tão raro como ser político e tirar um curso de forma legítima na Universidade Independente. Foi uma semana intensa, em que na 3a feira tive de sacrificar e enterrar uma galinha para na 4a tentar ganhar um quiz na Barraca, na 5a tive de desenterrar a galinha para sacrificá-la outra vez e enterrá-la de novo, para ver o Belenenses passar à final da Taça de Portugal. Para além de perder a voz no percurso, perdi também rasto à galinha, possivelmente desenterrada por algum cão vadio, o que pode explicar a prestação miserável no quiz de 6a (isso ou o facto de suspeitar que o meu jantar de sexta foi adulterado com benzeno).

Apesar de temer que estes meus apontamentos, possam fazer aumentar o número de gente a sofrer de coulrofobia, sinto que é meu dever continuar. No entanto, tendo o espectro moral de uma amiba (é de notar que o meu vocabulário científico aumentou exponencialmente, mas ainda tenho dificuldades na aplicação correcta do mesmo), posso ser comprado facilmente e tornar este espaço uma arma de guerrilha, pilhéria e maldizer (sem querer tirar protagonismo às caixas de comentários do blog) ao serviço de quem pagar mais.
Para tal, basta uma refeição no melhor restaurante do mundo que, segundo estes senhores, é já aqui ao lado. Pronto, se for outro do top ten também aceito, que eu não sou esquisito.

O que é que o quiz tem a ver com listas? Cada vez mais, diria eu no meu modesto entender, já que assistimos a uma "listização" da sociedade em geral. Fazem-se listas para tudo: Grandes Portugueses, filmes para ver antes de morrer, sítios para visitar depois de morto, as dez pessoas de sonho para espancar, e muito, muito mais.
Aliás, este blog não é excepção, já se ouve falar da lista para premiar os melhores organizadores de quizzes ou também de uma lista de cromos de quiz. A continuar por este caminho, pouco faltará para se começarem a formar nesta actividade (que creio ainda ser recreacional) as mais famigeradas de todas as listas: as listas negras.

Começarão timidamente com a lista das perguntas ou respostas mais disparatadas, depois com os organizadores/jogadores mais odiados, os jogos mais horrendos ou as contestações mais hereges. E, tal como o aspartame (vide a sua estrutura aqui), umas listas que inicialmente poderiam ser feitas para adoçar a boca aos amantes do quiz, podem revelar-se como prejudiciais à vida do mesmo, senão mesmo fatais.
Concluindo, é uma matéria que está no topo da minha lista de preocupações, já nem durmo só de pensar nisso e olhem que não sou um profeta do apocalipse (nem sequer Cavaleiro, só mesmo quando lhes faltam gajos).

 

A minha opinião (Parte II - Onde a coragem dos organizadores valeu a pena)

Ante-Scriptum: Conforme prometido aqui (a propósito, leiam a discussão na caixa de comentários), tratarei agora das inovações que eu creio terem valido a pena. Chamo a atenção para o facto de nestes dois posts apenas analisar o que de novo houve na organização dos Mamedes – uma avaliação geral ao jogo ficará para a crónica.

A melhor palavra que encontro para definir o quiz de sexta será “académico”. Os ingleses fazem a distinção entre o quizbowl (jogado especialmente nas universidades) e o pub quiz. No primeiro, o que vai a jogo é conhecimento mais sólido, no segundo, não se prescindindo do primeiro, há mais espaço para fait-divers, banalidades, factóides da vida social e da história, em suma, tecnicalismos. Ora, o que se vem assistindo no quiz de cascata é aquilo que o Jorge Paramos e o Jorge Azevedo Correia já aqui diagnosticaram: uma radicalização a favor dos tecnicalismos – independentemente do tema, mas mais agravada quando tocava a ciências empíricas. Eu recordo-me de, no jogo de Janeiro, ter sido abordado no intervalo pelo então desconhecido Vítor Magueijo, que me dirigiu uma pergunta: “diz-me uma coisa: isto aqui não fazem perguntas de ciência?”. Ou seja, até o equílibrio próprio do "pub quiz" se tem vindo a perder.

Numa contagem privada que tenho feito, saíram nos 8 jogos anteriores a este 58 perguntas de BD. De cinema, terão sido umas 100 e muitas. Filosofia e economia, uma única. É claro que as perguntas devem ser escolhidas pelo critério de divertir as pessoas, e que existirá sempre preponderância de alguns temas sobre outros. O problema é quando se presume que os nossos gostos, ou os do nosso inner-circle, retratam fielmente as inclinações de todos, quando se toma a parte pelo todo - ou que existem temas que todos gostam ou poderiam gostar, em maior ou menor grau, como a BD e o cinema; e outros que não interessam porque, supostamente, ninguém gosta, como a teologia ou a bioquímica. As perguntas de filosofia e economia estavam interessantes – o que vem provar que os não-cientistas também podem fazer perguntas de ciências sem se refugiarem na banalidade.

As perguntas testaram efectivamente conhecimento científico trivial e não meros factóides da história da ciência – e digo isto com a autoridade de quem não faz a mínima ideia das implicações do benzeno ter uma estrutura em anel. É claro que é interessante saber e perguntar porque não derrete o gelo no microondas – bastante mais do que conhecer anos de Nóbeis, símbolos da tabela periódica e quem inventou isto ou aquilo. A esmagadora maioria das perguntas de ciências não implicava a frequência de qualquer curso universitário – apenas a leitura de livros ou artigos de divulgação científica. Negativo: algumas perguntas solicitariam “resposta aberta”. A meu ver, isso provocou problemas por duas razões: os leigos, por ignorância, imaginaram que estavam perante coisas hiper-complexas; e para isso muito contribui os especialistas na matéria terem revelado uma enorme tendência para o exibicionismo, com respostas bem mais extensas e complicadas do que seria necessário. Numa das poucas que eu sabia, a da temperatura se dever ao movimento das moléculas (obrigado Bill Bryson), nem sequer consegui entender a resposta que foi dada. Enfim, grande parte da agitação na sala é Pavlov que a explica.

Obviamente que houve algum exagero, e é natural que este género de perguntas seja minoritário – a divisão equitativa aproximava-se mais de um quiz bowl. Obviamente que não é desejável que existam tantas perguntas de química, em desfavor de áreas que, por entendimento comum, são nobres no quiz, como a geografia. Mas a este respeito, relembro do que escrevi na crónica do jogo de Novembro: “Mais do que é hábito, certamente, mas excessivo? Sendo que apenas esporadicamente há jogos com tanta ciência, julgamos que até resulta num equilíbrio justo”. Não retiro uma palavra.

Em suma: as perguntas (refiro-me apenas às dos temas menos habituais e que provocaram polémica) estavam muitíssimo bem esgalhadas. E parafraseando já não sei quem sobre os Lusíadas, se nós não percebemos isso, a culpa é nossa e não de quem as fez.

Assim, o saldo desta inovação é, a meu ver, amplamente positivo – porque equilibra as contas, quer nos temas, quer na tipologia de perguntas; e por provar que é possível fazer perguntas de ciências sem recorrer aos fait-divers. Não se devem confundir as tradições com maus-hábitos.

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Monday, April 23, 2007

 

Teoria Geral do Quiz - o padrinho

Todas as equipas têm o seu “padrinho” e o nosso, Lagartixas, é o Jorge Paramos. Ele provavelmente não sabe disso, mas é.
Falamos de “padrinho” aqui não como aquele que nos fez “uma-oferta-que-não-podíamos-recusar”, nem como o marido daquela senhora a quem devemos levar um raminho benzido pelo Domingo que antecede o da Páscoa.
Este é o nosso padrinho porque foi num jogo feito por ele que pela primeira vez se reuniu aquela que é a formação base dos Lagartixas. Um jogo perfeitamente “marado” (será que alguém se surpreendeu?), no saudoso covil da rua dos Industriais, com o tema “Laranja” (alguém se lembra?).
Nós lembramo-nos, claro. Ganhámos. E depois ganhámos, ou pelo menos fizemos “top-3”, várias vezes nas semanas seguintes. Até optar por apenas jogar uma vez por mês, nas cascatas da Ajuda.
Dessa equipa de répteis fundadores, só dois estiveram na sexta-feira na colectividade do ex-Bigodes, para constatar que o homem continua na mesma.
Na jornada de “todos-os-engenheiros” fez o jogo que esperávamos - estranho, como estranha foi a laranja que nos apadrinhou, numa noite do Verão de 2005.
A figura magra, de caracóis em anarquia, com um toque de geek e outro de nerd, que se empanturra de mini-rissóis e mini-bolinhos (ele o confessou), é simpática. Reconheço.
E lidera uma equipa simpática, que se reforçou com as saídas do Miguel Maia e depois do Júlio.
Enquanto houver Lagartixas, ele é o nosso padrinho.

Sunday, April 22, 2007

 

A minha opinião (Parte I - Onde os organizadores falharam)

Ante-Scriptum: O jogo dos Mamedes foi o menos convencional dos realizados até hoje na história desta modalidade. Foi, essencialmente, um jogo de risco. Na minha opinião, houve riscos que valeram a pena correr (independentemente de a coisa ter funcionado) e outros que se revelaram, como eu previa, uma aposta desastrosa. Ou seja: eu gostei muito de algumas coisas, não gostei nada de outras. Hoje, irei falar-vos das segundas.

Memória pessoal: estive, há uns dias, numa conferência profissional. No palco, um ministro (político) e o administrador de uma grande empresa do sector dos transportes (gestor; brasileiro, o gestor, pública, a empresa). A dada altura, o primeiro refere, com o típico entusiasmo da classe (leia-se: inconsciência), um prometedor mercado, sugerindo, com a típica generosidade da classe (leia-se: é o dinheiro dos outros), que a empresa o deveria começar a explorar de imediato, nestes termos: “É o grande mercado do futuro, não podemos perder tempo”. O gestor levou as mãos à cabeça, e respondeu prontamente, inundando o auditório de gargalhadas (ler com sotaque brasileiro): “Tem toda a razão, sr. ministro. É mesmo o mercado do futuro. E, lhe garanto: quando o futuro chegar, nós estaremos voando para lá. Mas enquanto não chega, a gente aguarda”. Naturalmente, não é grande ideia vender hoje se os clientes só existirem na próxima década.

A tendência para apostar no futuro, para arriscar e inovar, é parte da natureza humana, e daí tanto vem o bem como o mal. Em algumas áreas, como, ‘zamente, a Ciência, é essencial; nos negócios, é, tautologicamente, arriscado – e, como sabe o gestor citado, há riscos que se devem correr e há outros incomportáveis; na Política, conduz quase sempre a resultados catastróficos (por muito estimáveis que os objectivos pareçam ser) – como, melhor que todos, entendeu e ensinou este senhor há mais de 200 anos. Por alguma coisa recomendava Popper que a utilização do método tentativa-erro nos assuntos públicos fosse sempre efectuada de forma módica, restritiva e limitadíssima. Isto é tão certo que deu origem a uma lei com maiúsculas: the Law of Unintended Consequences.

Onde quero chegar com esta apologia do conservadorismo? A isto: do ponto de vista do organizador, o Quiz é muito mais Política do que Técnica. Foi a Law of Unintended Consequences Law que o Jorge e o Alex ignoraram quando optaram por aquilo que neste blog se classificou como cenas geeks e choque tecnológico.

Vá lá que, ao contrário da política, no quiz as pessoas não morrem nem empobrecem. Mas chateiam-se e agitam-se. E esse foi o problema. Claríssimo: ter de estar sentado a fazer as perguntas, impossibilita qualquer condução eficaz de um Quiz de Cascata (pelo menos em Portugal, na Alemanha é capaz de dar). Por isso é que a qualidade do jogomelhorou drasticamente no Nível III, quando já só havia 6 equipas, todas nas 2 primeiras filas. A grelha, o policromático, tudo muito giro; mas e depois, o tempo que se demora a fazer as perguntas? Estar em pé para ouvir as respostas das equipas, depois voltar para a cadeira para pôr os olhos no monitor, depois assentar os pontos, depois procurar a nova pergunta. Naturalmente, as fileiras irritam-se. Para mais quando as coisas já começaram a destempo, precisamente devido ao inqualificável atraso dos organizadores (shame on you; eu bem fiz a proposta para que os regulamentos previssem uma penalização a organizadores atrasados), e a uma prova escrita que, apesar de estar interessantíssima, divertida e com muita qualidade, sofria do pecado que temos abordado, resumido num aforismo: o óptimo é inimigo do bom. Até poderia funcionar, se as equipas estivessem habituadas aquele formato (e não perdessem tempo e energias à procura de respostas a perguntas onde já tinham acertado metade e dificilmente chegariam à totalidade) e se os organizadores tivessem 10 ajudantes para corrigir as 40 alíneas de cada uma, mas, não sendo assim (lá tá!), resultou num tremendo desgaste e na chatice da primeira pergunta ter sido feita depois da meia-noite!

Com as dificuldades que criaram a eles próprios, os organizadores raramente conseguiram controlar as operações. Em conversa com o Fred ainda durante o jogo, chegamos a esta analogia: foi como aqueles jogos de futebol em que o árbitro começa a inventar umas coisas no princípio (mesmo inocentes, do tipo repita o livre que a bola estava 10 cms à frente), enerva os jogadores e o público, e, a partir daí, até pode fazer uma arbitragem perfeita que lhe cai sempre tudo em cima a qualquer apitadela.

Esta é a parte negativa do saldo do jogo de sexta; de qualquer maneira, parabéns pela coragem: tiveram o mérito de tentar e a homenagem à D. Paula foi muito bonita. Mas há inovações que não interessam. Há tecnologia que ainda é demasiado incipiente para ser útil. Há, retomando o início, mercados com tanto futuro que são ruinosos no presente – que é onde estamos. O princípio de que se deve desconfiar de ministros ou governos voluntaristas e inovadores aplica-se a Quiz-Masters. O progresso que venha, mas devagarinho e com cuidado. Brevemente, escreverei sobre o que gostei.

HO

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Em Abril, vencem os Fósseis

A foto foi repescada, mas a vitória foi sem espinhas.

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Diz que é uma espécie de domínio

Jogo intenso e a dividir opiniões. Muita ciência e outros tantos protestos. Vitória para os Fósseis, segundo lugar para os Cavaleiros. Mineteiros no pódio, seguindo-se NNAPED (surpresa positiva), Lagartixa e Mamedes. Laranja, em sétimo, arrecadam 2 pontos. Equipas da Santíssima Trindade já lideram destacadas. Mais notícias e opiniões sobre a 4ª jornada do campeonato em breve.

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Friday, April 20, 2007

 

Selfishness is Virtue.




The Fountainhead - Howard Roark Speech. Excerto de "The Fountainhead" de King Vidor, adaptado do livro homónimo de Ayn Rand

O inspirational appetizer deste mês é dedicado aos que jogam Quiz para ganhar. Nem que seja a todo custo, expulsando elementos da equipa, ou recorrendo a eventuais perfomance enhancers. O quiz é só um jogo. Isto é apenas para nos divertirmos. Eu não sou nada competitivo. As lamúrias do auditório não têm fim. Louva-se a sensibilidade dos espíritos. Mas, por favor, atentem no exemplo de quem, em curiosa metáfora, não deixou que as convenções sociais lhe tolhessem a satisfação do apetite. No fundo, sejam humanos: joguem para ganhar. Isto é uma competição, caramba.

Como diria a Rand: o que vocês sabem é só vosso.

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Apresentação: Os Golfinhos


São uma das nóveis equipas da edição de 2007, os Golfinhos. Patrocinada por quizzers que alinhavam pelos N.N.A.P.E.D. não têm desiludido até ao momento: nas duas participações, nunca se deixaram ficar pelo primeiro nível. Em ano de estreia, estará para breve a entrada nos pontos? Uma equipa que revela potencial e que com maior experiência poderá lançar-se para voos mais altos. Para já, vai recolhendo simpatias. São também, note-se, a única equipa do Quiz de Cascata em que a maioria do plantel é feminino.

Luís Cabaça: "Este é apenas um ano de aprendizagem, mas temos ficado aquém das nossas expectativas"

Nome da equipa: Os Golfinhos Classificação 2006: Estreantes em 2007

Que plantel inscreveram?

A equipa dos Golfinhos é constituída por mim, pela Rita Certã, Sandra Campaniço, Ana Rocha, Mário Monteiro e pelo Pedro Barros. Somos uma equipa unida e prontos para triunfar! Conhecemo-nos à relativamente pouco tempo, mas temos plantel!

Que perspectivam para este campeonato? Quem são os favoritos à vitória final?
Da experiência que temos este campeonato vai ser bastante renhido, visto que existem equipas com muita qualidade. Os favoritos à vitória final são os Mamedes, Cavaleiros e os Fosseis.

Quais as ambições e expectativas da vossa equipa?
Em ano de estreia, em que tudo é um pouco novo para nós, o nosso objectivo passa essencialmente por estabilizarmos na classificação e se for possível, subir na classificação. Nas duas jornadas em que participamos conseguimos atingir a 2ª fase; no entanto, o desempenho ficou aquém das nossas expectativas. Mas como disse anteriormente, este é o ano de aprendizagem.

Concordam, genericamente, com as modificações regulamentares?
Genericamente concordo. A alteração regulamentar que poderá trazer uma maior justiça ao jogo, prende-se com o facto de quando uma equipa organiza um jogo, os membros dessa mesma equipa poderem jogar, mas não pontuam para o campeonato, nesse jogo em concreto.

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Thursday, April 19, 2007

 

Antevisão: Do fanatismo ecológico ao choque tecnológico


1. Na previsão meteorológica para amanhã, lê-se Rain 70% chance of precipitation. Só 70%? E já na última jornada não choveu. Ora aí está, mais uma prova do avanço inexorável do apocalipse do aquecimento global. A todos os outros flagelos, há agora que adicionar mais este. E ainda há hereges que desconfiam dos dogmas da eco-religião. Vá, amanhã tudo de bicicleta para a Ajuda (e vale mesmo a pena ver o documentário do último link - encontra-se integralmente no Youtube).

2. Quando amanhã, um pouco antes da meia noite, o Jorge efectuar a 8ª pergunta da 5ª cascata do segundo nível, estará cumprido um terço do actual campeonato. No final do jogo, já as 3 primeiras classificadas do ano passado e candidatas assumidas ao título, terão realizado as suas organizações. Isso é bom, mas talvez não fosse má ideia que, cabendo a próxima jornada aos NNAPED (que não organizaram jogo a época passada), se seguissem os Lagartixas, e, depois, as equipas que estiverem mais bem classificadas a meio da época. À atenção da Comissão Organizadora.

3. Depois dos Mamedes também passarem a via sacra do jogo em que não se pontua, as contas ficarão mais claras. E, eventualmente, regressará o chamado efeito sandwich. Tem-se falado numa maior competividade durante esta época. Tem de facto existido. Na luta pelo título? Verifiquemos as pontuações médias por jogo, excluíndo, quando se aplica, os jogos que as equipas organizaram, dos actuais 5 primeiros classificados:
Cavaleiros 8,5
Mamedes 7,0
Fósseis 5,5
Lagartixas 4,3
Zbroing 3,7

Talvez venha a acontecer, mas, para já, é apenas mito. Mas os segundos lugares dos BMV, Lagartixas e Zbroing, forçam-nos a não excluir a possibilidade de termos um campeonato mais aberto.

4. Há dias, defendemos por aqui que a ausência de perguntas de economia se deveria a uma «retribuição taliónica» - afirmando que, para lá dos estudo da super-star da Ciência Económica que utilizou o concurso O Elo Mais Fraco para estudar discriminações, aquela não dedicava atenções ao Quiz.

Entretanto, disse-nos o Luís Aguiar-Conraria imaginar que existissem muitos mais, disponibilizando-se até , muito simpaticamente, para os procurar. Foi aí que começamos a desconfiar que nos tínhamos precipitado, cometendo um crime de conformismo que angustiará qualquer economista - e quaisquer cientistas, quizzers e adeptos do rigor cognitivo. Assim foi: já descobrimos umas resmas valentes de estudos económicos que têm o quiz como tema ou campo de análise. Há até, imaginem, um paper sobre a eficiência económica dos quizes...de economia. A sério. Vamos agora dar uma vista de olhos a alguns destes papers e escreveremos um post sobre este assunto durante o próximo mês (e sempre será uma boa maneira de recordar algum inglês técnico já esquecido).

5. Segundo os organizadores, teremos amanhã, uma divisão equitativa de temas. O "tema" num QdC é uma categoria completamente subjectiva e é díficil imaginar que equitatividade será essa. Mas, até pelas evoluções tecnológicas que estão prometidas, este é um dos jogos que nos está a despertar maior curiosidade.

6. Uma das novas equipas deste campeonato, os Golfinhos, estarão amanhã neste blog, com uma primeira entrevista de apresentação. Para a semana, segue-se o Team Biondi. Os Biondi são uma das equipas cuja presença amanhã ainda está em dúvida. Certa é, infelizmente, a ausência dos Moscatéis & Scones. Por isso, no máximo serão 15 as equipas presentes. Mas até podem ser apenas 13.

7. Finalmente, uma mensagem dos nossos colunistas (via tocolante): [NDR: O último ponto é algo injusto para o Sergei Kostov e o Jorge Páramos, que oscilam entre a luta proletária e cedência ao grande capital]

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5 perguntas a... um par de Mamedes

A pouco mais de 24 horas do ínicio da 4ª jornada do Campeonato de QdC, deixamos aqui a clássica rubrica 5 perguntas a... Desta vez, os Mamedes destacaram para a organização o Alexandre Gonçalves e o Jorge Páramos. Dois quizzers de prestígio que são a garantia de que a noite de amanhã será bem passada. Em entrevista, tentamos antecipar algumas coisas do jogo que apresentarão. Por acaso, são 6 perguntas, mas a primeira é de cortesia.

Jorge, como está a correr a recuperação da lesão no joelho? A evolução permite-te marcar presença no jogo de sexta-feira?
JP - Já estou em plena fisioterapia, o suficiente para arrastar a carcaça para o estádio da Ajuda.

A dupla Pascoalinho/Humberto é a líder do Prémio Oiçam. Estás esperançado que os possam ultrapassar?
AG - Não é esse o nosso objectivo, embora nos honrasse muito. Mas o prémio está bem entregue, dada a experiência e simpatia da dupla campeã actual. Será prémio suficiente se a prova for considerada divertido e informativo pelos quizeiros.

Como está neste momento a preparação do jogo? Têm tudo finalizado?
JP - Sim, claro. Somos engenheiros. Quer dizer; o Alex é. Eu sou licenciado em engenharia, a ordem não acredita em mim. Mas isto interessa a alguém?


É pública a tua crítica à escassez relativa de perguntas da área temática das "ciências empíricas" nos jogos de QdC. Que áreas temáticas irão privilegiar no vosso jogo? E existirá alguma surpresa, como os slogans publicitários do mês passado?
AG - Nenhum privilégio: dividimos equitativamente as perguntas entre quatro temas principais, conforme explicarei. Surpresas, quatro:
- apoio do computador, para as perguntas, ordenamento e pontuação;
- a divisão equitativa, sem minorizar a ciência;
- a existência de uma prova escrita com classificação americana (quem
mais faz, tem certo);
- algumas perguntas de cascata com trocadilhos e quejandos.

O jogo que a vossa equipa organizou na época passada ficou marcado pela polémica. Esperam que as coisas decorram de forma mais calma desta vez?
JP - Sim, claro: não poderei avacalhar, a minha equipa não pontua e não se decide quem é o campeão do Universo.

Que esperas da perfomance dos Mamedes que actuarão desfalcados de ti e do Alex?
AG - Espero que corra pior, sinal que somos importantes para a equipa. Mas que nao corra demasiadamente mal, sinal que somos imprescindiveis.

Brevemente, no QdC: Os Golfinhos, esses desconhecidos.

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Cromos do Quiz (7)


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Wednesday, April 18, 2007

 

Extra: Blog publica grelha de perguntas para o jogo de sexta-feira

Hesitamos bastante antes de publicar este post. Consideramos que, pesados os prós e os contras, o dever de informação prevalece. Por isso, apresentamos um documento, acabado de chegar à nossa redacção, em que está documentada a grelha temática de perguntas que será seguida pelos organizadores de sexta-feira, Jorge Páramos e Alex Gonçalves (clique para ampliar).


Adiantamos aos nossos leitores que, em entrevista a publicar amanhã, os dois organizadores afirmaram que: «dividimos equitativamente as perguntas entre quatro
temas principais, conforme explicarei. Surpresas, quatro:
- apoio do computador, para as perguntas, ordenamento e pontuação;
- a divisão equitativa, sem minorizar a ciência;
- a existência de uma prova escrita com classificação americana (quem
mais faz, tem certo);
- algumas perguntas de cascata com trocadilhos e quejandos.»

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António Pascoalinho e Humberto Silva em entrevista: "É bom servir de referência"

Foram eles os responsáveis pela melhor organização do campeonato até ao momento. Falamos de António Pascoalinho e Humberto Silva, líderes do Prémio Oiçam. Fomos saber como receberam eles as votações do painel e quais as expectativas dos Fósseis para o futuro próximo.

Como receberam a notícia de que o vosso jogo lidera o Prémio Oiçam, o prémio do Blog para a Melhor Organização?
É sempre bom servir de referência para que os futuros organizadores façam ainda melhor que nós. Se viermos a ganhar o Prémio Oiçam no fim do ano, então seremos nós próprios quem tem de fazer melhor em 2008.

Ficaram satisfeitos com o acolhimento que mereceu o vosso jogo?
Foi óptimo sermos abordados por elementos de várias equipas (mesmo dos eliminados) a dizer que gostaram.

Que destacariam, pela positiva e pela negativa, no jogo que organizaram?
Positivo: a reacção civilizada de todos. Negativo: a ausência de chuva.

Houve críticas relativas à dificuldade da parte escrita e do nível fácil. Acham que fazem sentido?
A prova escrita tem 10 a 15 minutos para se fazer, as cascatas 20 seg. Porque não há de a escrita ser mais difícil? E só 2 das 10 perguntas não foram acertadas por ninguém!

Ao contrário do que o Pascoalinho tinha afirmado, acabaram por aceitar uma resposta que não estava no cartão. Querem explicar esse caso?
O que está no cartão é uma referência importantíssima. Mas se, como foi o caso, a resposta de uma das equipas está obviamente certa e o organizador percebe isso no momento sem ter que ir “checkar” à net, há algo ainda mais importante que o cartão: chama-se BOM SENSO.

Os Fósseis têm sido regulares, mas têm estado algo longe das vitórias. Preocupa-vos a forma como iniciaram o campeonato? Quais as expectativas para a jornada de sexta?
Não nos preocupa nada. Os Fósseis são isso mesmo. Antigos mas duradouros.E aguardamos o teste de Ciências dos Mamedes com ansiedade!

E na rotativa, isto: as 5 perguntas a... Jorge e Alex; apresentação dos Golfinhos, com entrevista a Luís Cabaça; Ajuda, uma freguesia com história; os favoritos para sexta-feira; entrevistass com os BMV e os Lagartixa (se responderem) e muito mais. EXTRA: brevemente, em exclusivo neste blog, uma revelação surpreendente sobre o jogo de sexta-feira!

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Tuesday, April 17, 2007

 

Crise nos Zbroing: responsáveis pelo "erro da A3" castigados com exclusão da equipa

No dia 5 de Abril publicou este blog uma entrevista a Gonçalo Pereira, elemento dos Zbroing 747. Nesta, perguntava-se na questão inicial se já tinham sido apuradas responsabilidades quanto ao inaudito falhanço que impossibilitou os Zbroing de marcarem pontos na questão das dimensões da folha A3, entregando-os a uma equipa rival. O tom caústico com que o Gonçalo fustigou os seus colegas de equipa terá parecido, a alguns, inconsequente. No entanto, este blog apurou que as consequências não só existiram, como são drásticas: os dois responsáveis pelo erro referido foram alvo de castigo interno e foram excluídos do cinco inicial dos Zbroing para o jogo da próxima sexta-feira.

Sérgio Gouveia, até agora o porta-voz da equipa e colunista deste blog e Tiago Serras Rodrigues foram os protagonistas de uma das respostas que teve entrada directa no inventário de respostas bizarras. Apesar da tentativa de guardar esta informação num cofre blindado, a equipa de reportagem deste blog, na linha do seu exemplar percurso aca..jornalístico, que nos deve encher a todos de regozijo, conseguiu obter dados seguros que apontam para a exclusão dos dois jogadores, castigados pelo seu erro desportivo na pretérita jornada. Fonte não oficial confirmou a este blog que a suspensão será, para já, temporária. No entanto, não estará ainda excluída a tomada de medidas mais duras.

Recordamos que já no início do mês anunciava este blog "que muito se tem falado nos mentideros da possibilidade de existência de divergências nos Zbroing quanto à prestação do Sérgio Gouveia como porta-voz da equipa". Confirmam-se agora as piores expectativas - no resultado de um crescente mal-estar no balneário que acabou por culminar numa decisão salomónica: dispensar não só os serviços do Sérgio, que se equivocou a dar a resposta, como os do Tiago, o qual, ao optar por uma sonora proclamação da versão correcta após terem dado a errada, a ofereceu aos Cavaleiros. Ambos os visados, apurou este blog, estarão já conformados com a decisão, não pretendendo, para já, recorrer do castigo que lhes foi aplicado. Os altos comandos zbroinguianos entenderam que era essencial perservar o espírito e a coesão disciplinar da equipa nesta altura decisiva, em que os Zbroing tentam pontuar, pela primeira vez, em dois jogos consecutivos - um passo essencial para uma equipa que alguns apontam como candidata ao pódio. À dureza da sentença, não será alheia a azeda troca de palavras em que Sérgio e Gonçalo se envolveram na caixa de comentários deste blog. Determinados a colocar um ponto final numa luta interna que ameaçava degenerar no desabar da equipa, optaram os líderes aeronáuticos pela decisão aqui divulgada, prescindindo de dois dos principais activos do colectivo, mesmo que isso venha a custar uma perfomance menos conseguida na sexta-feira. Um exemplo para lideranças menos rigorosas e assertivas.

Poderá ler aqui os perfis dos dois elementos actualmente sob alçada disciplinar.
A importância dos automatismos no actual Campeonato de Quiz de Cascata.

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Monday, April 16, 2007

 

Dos que não jogam (1)

Na linha de uma velha tradição deste blog (remonta à primeira edição do concurso, lembram-se?), publicaremos nesta série textos daqueles que, não sendo praticantes desta espectacular modalidade, escrevem sobre ela ou assuntos com ela correlacionados. Estando, no mês que antecede uma nova organização dos Mamedes, a sempiterna questão das duas culturas em cima da mesa, apresentamos um texto de Luís Aguiar-Conraria, professor universitário de Economia, co-autor, em parceira com o escritor (e pai dele) Cristovão de Aguiar , de um hiper-recomendável blog, cujo subtítulo é um sintómático Letras Económicas (também o podem ler no suplemento de economia do Público - uma excelente exercício para aqueles que pensam ser a economia uma coisa árida e cinzenta que só trata de PIBs e inflações: vejam, por exemplo, este excelente texto sobre um drama doméstico de todos os dias). O trecho que, com a devida vénia, destacamos intitula-se, prosaicamente, Cultura Geral.

Cultura geral

Quando se fala em cultura geral raramente se fala de ciência. Quando Cavaco Silva se enganou sobre os cantos dos Lusíadas toda a "intelectualidade" fez pouco dele. Essa mesma intelectualidade não tem problema nenhum em não saber os princípios mais básicos de Economia. Pelo contrário, muitas vezes faz disso gala. Soubessem alguns princípios básicos, como a teoria das vantagens comparativas de Ricardo (que data de inícios de 1800), e talvez não dissessem tantas alarvidades, como sempre dizem quando discutem o comércio internacional. (...)

Desses intelectuais que ficam escandalizados quando alguém confunde Mann com Moore quantos sabem o que é o cálculo diferencial? Uma coisa que já vem do tempo de Newton. Dos que gostam de dissertar sobe o paradoxo de Zenão e da Tartaruga, quantos se deram ao trabalho de estudar os limites de funções para encontrarem a resposta ao paradoxo? Quantos perderam umas horas a tentar perceber a famosa fórmula de Einstein?

Será o cálculo diferencial menos património cultural do que o Ulisses, de James Joyce? (...)

Será? O Jorge Páramos, por exemplo, tem insistido quese a grelha for a da importância atribuída pelos organizadores de jogos de QdC, teríamos que chegar a uma enganosa afirmativa. Como é óbvio, não há nada de particularmente herético no QdC: é o reflexo do zeitgeist e das inclinações dominantes. E que diria o LA-C se soubesse que em mais de 2000 perguntas já realizadas durante o campeonato, apenas 3 (três) tiveram como tema a Economia?

Bem, num sofismo com algum jesuítismo à mistura, sempre poderíamos dizer que se trata de mera retribuição taliónica: afinal, à excepção dos estudos sobre a discriminação no Elo Mais Fraco, quantos estudos económicos têm o Quiz como tema ou campo de análise (excluindo, também, a aplicação da ciência da medida na definição do efeito sandwich)? Ah, pois. E a física? Papers a tratarem do Quiz, há? Pois é...

Leitura complementar: , Jorge Páramos e a sovietização da cultura, a preocupação de Vítor Magueijo, a regulação governamental do Quiz, Jorge Azevedo Correia e a mundividência pós-moderna e residual marxista que infecta o Quiz, ainda o Páramos e os inconvenientes do positivismo, o Quiz como cultura, a crónica do jogo com mais ciência da história do QdC, a explicação etimológica para a predominância de perguntas "humanísticas", e uma entrevista sobre o assunto à Sofia e à Patrícia, uma discussão nos comentários sobre o assunto.

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Prémio Oiiiçaammm - Pascoalinho e Humberto Silva lideram

O jogo organizado por António Pascoalinho e Humberto Silva foi o melhor de todos os organizados até ao momento na edição de 2007 do Campeonato de QdC.

É este o veredicto do painel do Prémio Oiiçamm, atribuído pelo Blog QdC à melhor organização. O jogo de Março recolhe ainda a preferência do júri do prémio nos critérios parciais, à excepção do relativo à coerência dos níveis de dificuldade, onde João Silva, organizador de Fevereiro, leva a palma, por uma margem de 3 décimas. Na nota global, aos Quizz-Masters de Março foi atribuída uma nota acima dos 7 valores, tendo João Silva ficado a um passo dos 6 valores, e sendo reservado para o Papa Júlio a única nota global negativa: 4,4.

Verificou-se uma boa dose de consenso entre os membros do painel, com todos a atribuírem a nota mais elevada a Pascoalinho/Silva e apenas um a colocar Alves/Vitoriano melhor colocado que João Silva. As notas atribuídas variaram entre alguns 2, conferidos em alguns aspectos parciais do jogo da primeira jornada e um 9 atribuído aos organizadores de Março no item Qualidade das perguntas .

Mensalmente, divulgaremos aqui a apreciação de um dos membros do júri à classificação do Prémio. Este mês, Hugo Oliveira:

«Os resultados estão dentro do normal e expectável, bastante em linha com as minhas pontuações. A organização do Júlio e do Vitoriano classifiquei com 3,2,5 e nota global de 3. O desvio só é maior na coerência do nível das perguntas, mas acho que o jogo estava fraquíssimo nesse aspecto - recordo a questão da Inês de Castro no nível 3; sendo isso agravado com níveis iniciais muito fáceis, o que provocou a eliminação de algumas equipas: influenciou claramente os resultados.

No jogo do João, dei 6,6,4 e nota global de 6, classificações tendencialmente um tudo nada acima da média. Talvez tenhamos sido um bocado injustos na avaliação da condução do jogo , visto que o meu colega de equipa enfrentou uma conjuntura díficilima: foi a primeira vez que jogaram 16 equipas, não havia microfone, o jogo começou tarde e a seguir ao jantar.

No jogo do Pascoalinho e do Humberto, à parte a dificuldade da parte escrita que foi desastrosa (embora estivesse interessante), gostei de tudo, atribuindo 7,7,8, e apreciação global de 8. A única divergência clara é quanto ao item coerência dos níveis de dificuldade, mas aqui há um fenómeno engraçado: todas as notas negativas atribuídas ao Pascoalinho neste critério foram de membros do júri pertencentes a equipas que não passaram o Nível I. Ora, como quer a parte escrita, quer, em certa medida, o nível inicial, tiveram uma dificuldade acima do que é usual, é natural que o enviezamento se explique por isso. A meu ver, existiu coerência porque os outros níveis eram congruentemente e homegeneamente mais díficeis, o que resultou num jogo equilibrado neste aspecto - embora, sem dúvida, mais díficil do que o usal.»

Veremos se a dupla mamedina Jorge Páramos/Alexandre Gonçalves conseguirá ultrapassar Pascoalinho/Humberto na próxima sexta-feira. A tarefa não se adivinha fácil. Brevemente, falaremos com eles, nas clássicas 5 perguntas a.... E já só faltam 5 dias para o regresso da competição.

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Sunday, April 15, 2007

 

Olha, que droga mais linda

Antes de mais, deixem-me apresentar mais uma desculpa esfarrapada para não ter apresentado a minha crónica na 6ª feira, nem que seja para manter o hábito de enunciar a verdade por um prisma diferente (vulgo mentir).

Sendo muito supersticioso, as sextas feiras 13 são, como é óbvio, um desafio. Depois de ter partido um espelho (pensei que tinha apanhado um grunho mal encarado em casa, afinal era só o reflexo) e ter sido apalpado no Metro por uma idosa de ar lascivo, calculei que escrever esta crónica só iria piorar o dia, daí a ausência.

Passado este prólogo, passamos ao prato do dia – O Doping no Quiz.

Dirão alguns, estará louco o cronista? Não, digo eu, enquanto tento superar o desconforto que é escrever vestindo uma camisa que tem as mangas atrás das costas. Li esta semana um artigo de fundo onde, entre outros, um histórico figurão do panorama anti-doping nacional, o Dr. Luís “Zamente” Horta referia que nos últimos dois anos foram apanhados com substâncias ilícitas “atletas” de alta competição em desportos tão exigentes como bilhar, bridge, damas, tiro com armas de caça (não sei se aguardente contava como ilícito) ou vôo livre (muito possivelmente só mesmo dopado é que um gajo se mete nisto). Aliás, o bilhar foi, a par do futebol, a modalidade onde foram apanhados mais “amigos das vitaminas”.

Por isso, a minha questão não é: haverá doping no quiz? Eu quero é saber o que está na moda, se é o molho das bifanas da Academia que dá aquela sensação de invencibilidade ou se para muitos o Capri-Sonne ainda chega para o efeito. Houvessem frasquinhos nos lavabos (termo usado no sentido lato) do recinto de jogo na próxima 6ª feira e o Nuno Assis teria companhia para os próximos meses digo eu.

Herege exclamarão alguns, defendendo o virtuosismo do “atleta mental” participante no quiz, mas se é certo que alguns o mais excitante que tomaram foram uma Coca Cola e um Red Bull no mesmo dia, existem no quiz de cascata outros elementos cuja irritabilidade, suor nervoso na testa, pupila dilatada, mau hálito (pronto, se calhar aqui o doping não tem culpa), um certo “ar parado” e tremores não se podem apenas dever a um jantar azarado num qualquer restaurante étnico.

Longe de mim o puritanismo, tenho os meus truques para ser o Carl Lewis da minha equipa (sim, porque o Ben Johnson foi apanhado). Mas, estou sempre disponível para aprender e aqui, onde o anonimato é uma benção, sei que serei apenas um principiante, com o que o equivalente a alguns atletas da ex-RDA me podem ensinar. E, com uma semana pela frente, acreditem que pode ser muito.


Friday, April 13, 2007

 

Carlos Santos: "Andaremos sempre aos soluços"


N.N.A.P.E.D. É sob este acrónimo semi-assustador, com uma ressonância vagamente científica, que se abriga uma das equipas mais simpáticas e populares do campeonato de QdC - a "equipa dos médicos". Depois do 7º lugar, ex-aequo com o 6º, na época anterior, os N.N.A.P.E.D. ainda não conseguiram pontuar este ano - parecendo ter dificuldades em acompanhar a subida de perfomance de algumas equipas do "campeonato de esperanças". Como temos fobia a estetoscópios, fomos falar com o não-médico da equipa, o Carlos Santos, sobre a época que os NNAPED têm feito, as perspectivas para o futuro e a influência da cisão que deu origem aos Golfinhos. E não se pode dizer que a confiança abunde. Até a esperançosa referência a um Benfica que vai "de baixo para cima" parece baça face aos acontecimentos recentes. Ficam então as resignadas explicações do Carlos Santos, que será o organizador da jornada de Maio e, por isso, voltará em breve ao destaque neste blog.

Carlos, a prestação dos NNAPED esta época está muito abaixo das expectativas, ainda não marcaram pontos. Que se tem passado?
Muito simples, ainda não conseguimos ter a equipa completa. Isto de fazer parte de equipa de médicos não é fácil,raramente nos conseguimos juntar. Mas somos como o Benfica… de baixo para cima. E há a salientar que duas equipas (do nosso campeonato J estão mais fortes esta época, que é de saudar!

O aparecimento da nova equipa dos Golfinhos, constituida por alguns elementos que já estiveram no vosso colectivo, enfraqueceu-vos? Como avalias as prestações que eles têm tido?
Em certa parte ha um pouco de verdade nisso, dois elementos que agora são dos Golfinhos eram os que nos colmatavam as falhas dos médicos. Estando eles agora do outro lado. Eles não são nada maus… e quase de certeza que se continuassem connosco teríamos mais pontos, sem duvida! A prestação deles, enfim... passaram sempre à segunda fase, mas sinto que ainda é tudo novo para eles.

Na última jornada, já conseguirm ir à 2ª fase e ficaram a um passo dos pontos, em sétimo lugar. Estão a reganhar ritmo?
Acho que nunca vamos ter o ritmo certo, andaremos sempre aos soluços. Como disse a equipa muda sempre de mês para mês. O sétimo lugar do ultimo quiz deve-se em parte ao ter sido feito pelo Pascoalinho, gostamos dos quizes dele… já no ano passado brilhámos com ele!

Para a próxima jornada, é expectável uma dose de ciências empiricas superior ao habitual. Isso poderá favorecer-vos? Era um jogo destes que aguardavam? Poderá representar o arranque para um bom resto de época?
Nunca é de fiar um Quiz feito pela malta das Ciências. Eles são imprevísiveis… tanto pode acontecer isso, muita ciência, como o contrário. Relembro que eles já apareceram de pais natais na época passada, darão algo a alguém??

A propósito disto, como têm acompanhado a polémica sobre a escassez relativa de perguntas científicas no QdC?
Não acho que seja polémico o facto de não haver muitas perguntas científicas, outros temas também os há que raramente são abordados. Por exemplo do meu ramo, quantas perguntas de engenharia Civil houve em 15 Quizzes? Duas? Três? Polémica .. zero!
Que haja é perguntas engraçadas que fiquem na nossa memória, e nem que sejam todas do mesmo tema!!

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Thursday, April 12, 2007

 

Achegas para a feitura de um bom jogo (1)

Nesta série que hoje iniciamos, propõe-se este blog a fornecer aos futuros organizadores de jogos de QdC e quizz-masters em geral, uma série de ferramentas e conselhos úteis à elaboração de quizzes de elevada qualidade.

Iniciamos estas notas com um tema cuja importância, se parece dúbia numa primeira análise, revela-se, como adiante perceberemos, verdadeiramente basilar. Como já aqui dissemos, o quiz destina-se «a testar quanto abarcamos desse maravilhoso produto da civilização humana que é o conhecimento inútil. Mas com um particular: por tradição e regra consuetudinária, aquilo que é testado é o interminável conjunto de factos que, em maior ou menor grau, estão acessíveis ao conhecimento público». Ora, numa reflexão mais cuidada, isto é condição necessária mas não suficiente.

Há, entre outros, um factor crítico para o sucesso de uma pergunta de quiz, o qual abordaremos hoje. Explicitamos: não devem ser colocadas questões cuja temática, plasmada na resposta, seja por natureza de elevado grau de incerteza ou entropia, isenta de razoável estabilidade ontológica. Ou seja, a resposta à pergunta não pode ser susceptível a variações em curtos espaços de tempo. Um exemplo, utilizando uma redução ao absurdo: se é aceitável perguntar a distância entre Lisboa e Boston em kilómetros, ou mesmo em metros, deixa de o ser se for pedida em picometros - porque o movimento das placas invalidará, per se, que a resposta certa aquando da elaboração da prova seja a resposta certa aquando da sua apresentação. O que implicaria a sujeição das equipas ao inaceitável jugo de tentarem adivinhar qual seria a resposta no momento em que o organizador construíu a pergunta (isto é uma derivação de um clássico problema metafísico). Assim, a resposta deve ser estável em cronologias curtas: não pode ser hoje uma e daqui a uma hora outra qualquer; e a possibilidade de acesso a essa informação não pode estar condicionada por incertezas quanto à sua verdade objectiva.

Para deixar o assunto claro, apresentemos algumas perguntas que NÃO devem ser feitas:

1 - Qual a equipa de QdC que o Sérgio Costa representa? (o pormenor do tempo verbal é decisivo; perguntar que equipa representou ou está agora a representar já seria admissível)
2 - Qual a actual cotação do NYSE 100 Intl. Index? (o mercado ainda está a funcionar à hora do jogo, e qualquer transacção poderá afectar o valor do índice)

Se estão a pensar que isto não passa de uma bizantinice, erram redondamente. Para o provar, podemos abandonar os exemplos ficcionados e recordar algumas perguntas que já foram efectivamente realizadas no decorrer de jogos do campeonato de QdC. Ora vejamos:

1 - Qual a capacidade da caixa de uma conta gratuita do Gmail? (pergunta efectuada pelo LTN, que o obrigou a improvisar alguns arremedos para a compor; a capacidade vai aumentado progressivamente com o passar dos minutos)
2 - Quais as habilitações literárias do primeiro-ministro José Sócrates? (igual à anterior, com a diferença das mudanças não serem apenas quantitativas - e, nesse caso, tanto aumenta como diminui, como qualitativas; o ritmo da mudança também é mais rápido)

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What's in a name?


Toma feições shakespearianas uma nova polémica que marca a actualidade no campeonato de QdC. Poderá pensar-se que surgiu nesta caixa de comentários, motivada pelo incómodo suscitado pela denominação de uma equipa histórica do QdC, os Mineteiros do Apocalipse. Não é exactamente verdade: nesta outra caixa de comentários, já germinava a semente da discórdia. Provocando até, na altura, um certo agastamento do director deste blog, Luís Nunes: «Essa equipa que se decida de uma vez por todas e depois eu mudo». Terão pensado os mais ingénuos que teria ficado resolvida de vez esta questão identitária; mas eis que, inesperadamente, ressuscita. Desta vez, a dúvida não é a da mudança para S.H.I.E.L.D. (também o nome da série de televisão mais subestimada da história). Não, agora há quem afirme que a graça dos outros apocalípticos é um obstáculo à institucionalização e divulgação na MSM do campeonato, ou, mais simplisticamente, que é um nome horroroso. Este blog resolveu auscultar a opinião das fileiras. Votem na sondagem ali ao lado. Estamos certos que os Mineteiros não deixarão de ser sensíveis aos resultados - desde que, obviamente, isso não os obrigue a mudar de nome.

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Wednesday, April 11, 2007

 

Retrato da vida de um físico

  1. Jovem Investigador macera com a sua argúcia o pescoço fino e peludo de um qualquer alemão judeu traidor de fama obsoleta.
  2. Jovem Investigador (JI) nota ajuntamento de multidão engalanada à saída do anfiteatro.
  3. JI decide que as fronteiras do conhecimento humano já foram suficientemente abalroadas por um dia.
  4. JI reune dolentemente os seus parcos pertences.
  5. JI dirige-se para a turba festiva com o seu coxear blaze tipo House.
  6. JI investe de muleta em riste contra os mini-croquetes, mini-chamuças, mini-pastéis de bacalhau, mini-rissóis de camarão, mini-pastéis de nata, mini-croissants, mini-jesuítas, mini-guardanapos. E contra o sumo.
  7. JI, semi-saciado, questiona conviva sobre quem é o recém-Doutor. É, consta, o ocupante da casa de banho.
  8. JI decide esperar. Come mais uma mini-chamuça.
  9. JI é interpelado por Jovem Atrasada (JA). JA diz a JI que deve interromper a degustação, visto que a Doutora (D) é que vai inaugurar a mesa.
  10. JI questiona interiormente se um doutoramento deve ter como corolário o privilégio de desvirginar mini-apetizers.
  11. D aproxima-se da mole humana, recomposta da aflição do baixo ventre.
  12. JI aproxima-se de D.
  13. JI, afável, oferece os seus mais sentidos parabéns pelo feito académico, acompanhados de desejos de felicidades e dois castiços beijos nas bochechas doutorais.
  14. JI remata com um agradecimento pela comida à borla.
  15. D inquire JI sobre a sua identidade.
  16. JI anuncia-se como "o rapaz com fome".
  17. D sorri e concede-lhe a graça dos justos, apontando para a mesa mini-opípara.
  18. JI termina repasto com mais um mini-croquete e dois copos de sumo.
  19. JA dirige-se para JI e vitupera-o: "mal educado e desrespeitador".
  20. JI não corrige vocábulo revelador da condição de JA.
Moral da história: sem tecer considerações sobre causalidade, há uma clara correlação entre inteligência, educação e sentido de humor. E fome.

Post-scriptum: três horas passadas, JI é interrompido nas suas deambulações pelo asfalto da academia; de dentro de um automóvel semi-desportivo de gama média/alta, e acompanhada pelo seu companheiro, a JA insurge-se: "Já não tens fome?". JI ignora a familiaridade não solicitada do trato e esfrega a barriga sem pudor. "Agora já não".

Post-post-scriptum: no dia seguinte, JI beberica na entrada do centro de investigação o terceiro café da manhã, ruminando sob um Sol demasiado complacente para a produtividade nacional. D interpela JI e destrói tese proposta acima, reiterando acusações de JA. Aos berros, qual corista do São Carlos depois de um Red Bull a mais. Mas sem os seios contritos. JI mantém bonomia e pensa explicar-lhe que o ataque aos mini-morfes deriva da doutrina preemptiva neo-liberal. D não quer saber da corporação Rand ou de geopolítica.

Nova tese: inteligência, sentido de humor e fome estão claramente correlacionados.

Tuesday, April 10, 2007

 

Vítor Magueijo: "Sou um simples servo do Senhor"

Durante toda a época passada, a melhor classificação dos Mineteiros do Apocalipse foi um sexto lugar. Depois do semi-flop que se revelou a sensacional contratação do galáctico Júlio Alves, o capitão Pedro Ramalho optou por recorrer ao mercado externo, numa decisão que se tem revelado acertada. A entrada de Vítor Magueijo, químico e investigador científico, parece ter sido decisiva para o aumento da qualidade do jogo apocalíptico, transfigurando radicalmente a equipa. Hoje já ninguém se atreverá a perguntar «quem é aquele novo, que parece saído da FER?». Na presenta época, já arrecadaram 10 pontos em 3 jogos e prometem não ficar por aqui. Foi com este recém-chegado ao mundo do quiz de cascata que fomos falar, tentando perceber quais são os objectivos dos M.A. para a presente temporada.

Vítor, a tua contratação pelos MA provocou uma subida do nível de jogo da equipa - depois de em todo o campeonato anterior apenas terem feito um ponto, neste já vão com 10. Estas contas reflectem a tua importância?
Em primeiro lugar as minhas saudações a todos os leitores deste blog. Respondendo à tua questão…não sei. Pode ser pura e simplesmente fogo de vista de principiante. Espero que os Mineteiros consigam manter alguma consistência de resultados, só assim se poderá concluir que os reforços vieram melhorar a performance da equipa. No entanto, claro que espero ser uma mais valia para a equipa. Penso que os restantes elementos da equipa esperam isso de mim, senão não me tinham convidado em Janeiro depois de um quizz n’A Barraca.

Consideraste a estrela da equipa? Os MA são o Magueijo e mais 3?
Nem pensar. Apesar de MA serem as primeiras letras de Magueijo, não tem nada a ver. Sou um “simples servo da vinha do Senhor” como diria alguém que já envergou um uniforme da Wehrmacht e que passa as férias estivais em Castel Gandolfo. Atenção que quando digo Senhor refiro-me ao Senhor António meu pai, que tens umas vinhas lá para as encostas da Gardunha. Acho ainda que os Mineteiros têm que começar a ser constituídos por 1+4 elementos numa base regular. Isto de jogar só com 4 é atirar alguns pontos para a sarjeta. Temos alguns elementos adicionais, mas tem sido difícil juntar 5 elementos.

Neste momento, quais são os pontos fortes e fracos dos Mineteiros? Qual é o tema de que nem querem ouvir falar? E qual aquele que deveria ser obrigatório?
Isso é uma pergunta difícil de responder e à qual só consigo responder pessoalmente. Obrigatório não deve ser nenhum. Pessoalmente sou mais forte em ciências e geografia. As minhas fraquezas são a literatura, música e o cinema com mais de 20 anos. Por acaso tenho alguma curiosidade de saber qual seria o resultado de um quizz em que todas as perguntas de música e cinema são relativas a obras com menos de 20 anos. Presumo que não faça grande diferença para muita gente, mas para mim é uma diferença importante.

Qual foi aquela pergunta que ainda não percebeste com falhaste?
Foi na tv. Já passou uma semana e ainda não percebi bem o que me deu. Depois de quase 30 perguntas a aguentar-me e depois de várias grandes secas à espera que a moça que estava no meio respondesse (ela chegou a demorar 10 min para responder a uma pergunta!), consegui falhar pura e simplesmente na seguinte pergunta: “Quem compôs a Ode à Alegria?”! Tudo começa de uma falha básica minha, a de não reconhecer imediatamente que “Ode à Alegria” e “Hino à Alegria” (expressão que uso sempre) são a mesma coisa. A partir daí e com a ajuda de uma das opções ser um compositor português que conheço pouco, precipitei-me por um raciocínio estúpido e resolvi supor que era uma rasteira. Depois de carregar no botão e de rever o processo mental que tinha acabado de fazer, exclamei interiormente: “Ca’stupidez!!!”. Enfim, os 6 segundos não deram para inverter o raciocínio idiota em que havia engrenado. Pessoalmente, perder por precipitação numa pergunta estupidamente fácil é bem mais doloroso que perder numa pergunta em que pura e simplesmente não sei a resposta. E pronto, quem quiser gozar comigo acerca deste assunto está à vontade, já ressaquei ouvindo a Ode à Alegria no mesmo dia em que falhei a pergunta.

No último jogo, falharam pela primeira vez a fase final. O que aconteceu?
Eh pá, o último jogo foi complicado. Os temas principais em que as perguntas incidiram foram-nos um bocado avessos e tivemos alguma falta de sorte (que é obviamente amplificada em campos do conhecimento em que somos mais fracos). Zbroing de um lado e Cavaleiros do outro também não deixaram passar muitas cascatas. Mesmo assim ainda acertámos pelo menos duas cascatas no 1º nível. O problema foi as perguntas directas. Como já disse num post do blog, a preparação do último quizz foi muito cuidada e nisso dou os parabéns aos organizadores (imagino que não seja fácil), no entanto, por razões óbvias e sectárias eu preferia um conjunto de perguntas diferentes.

Como é que começaste a jogar quiz?
A primeira vez que fui a um quizz foi há já vários anos, mas as minhas passagens por quizzes foram sempre esporádicas até ao último ano. Por isso jogo regularmente há muito pouco tempo.

A modalidade de cascata, agrada-te?
Sim, definitivamente “dá mais pica”!

"É a homogeneidade dos Mamedes o que mais me surpreende e a separação forçada entre filosofia e ciência é um erro"

Sabemos que estás ligado à investigação científica. Como analisas a velha problemática da escassez de perguntas científicas nos quizzes?
Com alguma preocupação. Acho que é o reflexo de este país ter virado as costas à área científica e tecnológica durante muitos anos….e continuar a fazê-lo. O horror à Matemática (que eu próprio tive) é algo que está enraizado e que leva muita gente a não gostar das áreas científicas. Outros erros, como a separação muitas vezes forçada entre a filosofia e a ciência são também graves. É um problema do ensino. Professores desinteressantes (para não dizer maus) geram alunos desinteressados que mais tarde se tornam eles próprios professores desinteressantes. O problema não está no ensino superior (aí estão outros), começa na escola primária e agrava-se no secundário. Na minha opinião, e apesar de ser uma conclusão forçada, a falta de perguntas científicas nos quizzes é apenas um indicador de tudo isto.

É verdade que já tiveste convites de equipas do top3, nomeadamente aquelas que se apresentam mais debilitadas na área científica?
Utter nonsense. Não. Aliás, só comecei nestas lides em Janeiro por isso ainda conheço muito pouca gente das outras equipas. Além disso, quem quer um gajo que erra uma pergunta sobre a Ode à Alegria?!

Até ao momento, que avaliação fazes do campeonato? Que organização gostaste mais? E quais te parecem ser as equipas mais fortes?
O campeonato parece estar em grande. Quanto às organizações dos quizzes, tenho preferências mas não tenho queixas. Uns correm bem, outros correm mal. É um evento difícil de organizar e por isso quem o faz merece sempre o benefício da dúvida e a ajuda de quem está a jogar. Para mim, as equipas mais fortes são os Mamedes, os Cavaleiros e os Fósseis. Penso não estar a dizer grande novidade. Destes três, os que me surpreendem mais são os Mamedes. São muito homogéneos.

Julgas que os Mineteiros poderão imiscuir-se na luta pelo título? Se não, qual o vosso objectivo?
Não. Ui, isso é muito difícil. Eu diria que o nosso objectivo é chegar à final em todas as jornadas. A partir daí é bónus. Se conseguirmos começar a jogar com 5 pessoas pode ser que ajude a sermos mais consistentes.

O próximo jogo será organizado pelo mais público apologista de um maior número de perguntas sobre ciências, o Jorge Páramos. Estás especialmente confiante para essa jornada?
Estou mais confiante, mas não quero dar grande importância a isso. Teoricamente pode ser mais a meu gosto, mas nunca se sabe. Vamos ver se conseguimos ir a mais uma final.

Adenda: Após a realização desta entrevista, o Vítor Magueijo veio a revelar dotes líricos até então desconhecidos, recuperando uma estimável e querida tradição dos quizzes de cascata, a inesquecível poesia química - mas com versos muito melhores. Ao transcrever os versos do promissor, mas ainda incipiente, poeta químico, este blog presta, uma vez mais, um serviço à Arte que os vindouros recordarão: Molécula minha, minha bela trans-retinol / Tu que acompanhada da inebriante dopamina /Fazes-me suspirar quando observo o Sol /E sorrir ao admirar uma beleza feminina.

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Cromos do Quiz (6)


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Monday, April 09, 2007

 

Prémio Oiiiçaammm - Prémio do Blog QdC para a Melhor Organização

Este post serve de apresentação ao Prémio Oiiçaamm - uma iniciativa do Blog Qdc destinado a premiar a melhor organização de quizzes de cascata durante a época. Estamos em crer que o baptismo é o mais feliz possível, aqueles que estiveram na jornada de Maio do ano passado perceberão porquê. Com a instituição do Prémio Oiiçaamm pretende-se distinguir aqueles que forem considerados como os autores e condutores do melhor jogo (com tudo o que isto tem de subjectivo) durante cada campeonato. Uma forma de prestigiar o papel dos Quiz Masters, tantas vezes desconsiderado - em particular neste campeonato.

Para dirimir a atribuição este prémio, o blog decidiu constituir um painel, composto por insignes quizzers, que, mensalmente, atribuirá classificações a cada uma das organizações. O júri será constituído por 10 elementos(lista provisória, aguardam-se algumas confirmações): em representação do blog QdC, Luís Tirapicos Nunes e Hugo Oliveira; depois, mais oito elementos - Filipe Girão (BMV), Vítor Magueijo (M.A.), Carlos Santos (NNAPED), Nuno Vitoriano (Laranja), Filipa Oliveira (Santas Noites), Zé Pedro Borges (Fosséis), Marco Vaza (Indomáveis) e Nuno de Almeida (Team Biondi). Eles serão o garante de uma avaliação plural, rigorosa e conhecedora às várias organizações.

Os organizadores serão classificados em 3 parâmetros parciais - condução do jogo e liderança, coerência dos níveis de dificuldade e qualidade das perguntas, e com uma nota global, aquela que definirá o vencedor (esta inclui outros critérios para lá dos anteriores três). A seu tempo anunciamos o apetitoso prémio que caberá ao vencedor.

Mensalmente será aqui divulgada a nota do(s) organizadore(s) desse mês, bem como uma classificação. Tentaremos, até ao fim da semana presente, apresentar a classificação com as organizações realizadas até ao momento: Júlio Alves/Nuno Vitoriano, João Silva e António Pascoalinho/Humberto Silva.

Brevemente, neste blog, grande entrevista com Vítor Magueijo, o homem que revolucionou a perfomance dos Mineteiros do Apocalipse. Moneyquotes: "O nosso objectivo é chegar à final em todas as jornadas", "Modalidade de cascata? Sim, definitivamente “dá mais pica”!", "Convites de equipas de topo? Utter nonsense"

Regulamento do Prémio Oiçaamm: Só a nota média do painel será divulgada no blog. Em jogos em que não estiverem presentes, os jurados podem optar pela abstenção ou por solicitar a opinião de um dos elementos da sua equipa. Podem votar as organizações de elementos da própria equipa. O único caso em que estarão inibidos é, naturalmente, quando são os próprios os organizadores. Se, por alguma razão,os jurados estiverem impedidos de ir aos jogos por um período longo poderão ser subsituidos no painel, a seu pedido. Em caso de empate, o voto de qualidade é o do Luís Tirapicos Nunes.
p.s. - um pedido aos quizzers mais habilidosos com Photoshops e quejandos: alguém se voluntaria para a criação de um logotipo para o Prémio Oiiçammm, que ilustre os posts sobre o tema? Mas uma coisa simples, mesmo simples, parem naquele exacto momento em que as pessoas como eu dizem "É isso mesmo, 'tá fantástico, não mexas mais" e as pessoas como vocês respondem, num misto de desprezo e enfado "epá, ainda só estou a dimensionar as layers". É só isso que é preciso, um oiççaamm em cima de um microfone ou assim. Em cima daquela imagem, por exemplo. Apresentem a disponibilidade ali na cx de comentários ou por e-mail.

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Sunday, April 08, 2007

 

Aleluia



Alleluia, Father Richard HoLung & Friends

No domínio temporal, o Gonçalo Pereira sucede ao seu colega de equipa João Velhote
(ou ex-colega? será que o Gonçalo ainda tem equipa, depois disto?), como vencedor do Concurso do Blog. O registo da sua brilhante prestação está aqui (fantástica a resolução da guilhotina do Rosselini). Daqui por duas semanas receberá o prémio das mãos do director deste blog. Entretanto, no próximo concurso, voltaremos a adoptar o sistema inicial - o primeiro a acertar tudo ganha -, que havia sido abandonado depois do Luís e o Filipe Menezes terem sido vítimas. Mas não há soluções livres de iniquidades será aquele que assegurará uma maior competividade e emoção. Agradecemos ao Fred a ajuda na elaboração desta edição e, como sempre mas nunca o suficiente, ao Filipe Bravo o gracioso patrocínio.

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Saturday, April 07, 2007

 

Apresentação: Laranja Mecânica

Foram os campeões do defeso. Em 2006 tiveram uma época conturbada - marcada pela partida do simpático e popular Eduardo Jorge, após uma infeliz polémica que teve este blog como "participante" involuntário - e não conseguiram marcar um único ponto. Para este ano, Joaquim "Coelho Osvaldo" resolveu abrir os cordões à bolsa e o investimento começa a render: na última jornada chegaram, pela primeira vez, aos pontos, e logo arrancando um saboroso 4º lugar. E já em Fevereiro (em Janeiro, foram os organizadores), estiveram perto de o conseguir. Efeitos de uma política de recrutamentos cuidada do Rinus Michel do Quiz, aproveitando os despojos de outros: aos falidos Patolino foi buscar António Alves Cardoso e Nuno Vitoriano, aos M.A. foi buscar o Papa Júlio, já na sua terceira equipa. Com um plantel recheado com alguns dos nomes mais conhecidos do panorama quizzistico nacional, os Laranja prometem dar cartas este ano. Fomos falar com um velho conhecido destas andanças, o Nuno Vitoriano.

Nuno Vitoriano: "Temos um plantel do Continente, mas sóbrio; este ano há mais equipas a jogar para a final, mas o vencedor sairá das três do costume"

Nome da Equipa: Laranja Mecânica
Classificação 2006: 13º

Que plantel inscreveram?
Bom, foi complicado arranjar um plantel que consiga estar sóbrio no 1º nível das cascatas, mas fizemos todos um esforço e concordámos gamar as garrafas de moscatel existentes na sala. Assim inscrevemos o Adolfo Reis (especialista em Espanha, história e actualidades),o António Cardoso, vulgo Patolino (história, ciências, desporto), O Joaquim "Coelho Osvaldo" (Desporto e muita experiência), o "Papa" Júlio Alves (música, actualidades, curiosidades e
generalidades, afinal é o maior pro de todos na matéria) e eu mesmo (porta-voz, música, geografia e história contemporânea). Do banco dos suplentes destaco o Vasco que ainda não veio, mas quando aparecer vão desejar que ele não tivesse ido.

Que perspectivam para este campeonato? Quem são os favoritos à vitória final?
As equipas estão mais equilibradas devido aos negócios obscuros efectuados nos bastidores. Muitas prateleiras do hipermercado Continente da Amadora ficaram vazias nos dias anteriores ás tertúlias e negociações de afinação dos plantéis, mas valeu a pena é mais uns trocos po bolso do Paulo Azevedo.
Bem os suspeitos do costume. Este ano há mais equipas a jogar para a final, mas os Cavaleiros nos momentos decisivos são superiores. Os Mamedes revelam muita segurança para uma equipe de uma faixa etária mais nova. O desempenho dos Fósseis parece-me mais irregular. Acho que o vencedor sairá destas três.

Quais as ambições e expectativas da vossa equipa?
A Laranja mecênica se não se mostrar azeda tentará chegar ao nível 3 em todos os jogos e terminar nos seis primeiros no final.

Concordam, genericamente, com as modificações regulamentares?
Acho que as discussões sobre o regulamento valem o que valem há sempre confusão e factores alheios à nossa vontade em cada jogo, como a chuva, o aumento de 5 cêntimos nas imperiais nos últimos dois anos, a falta de carne constante, a aparelhagem sonora, etc e tal. O Regulamento tem-nos prejudicado, mas enfim é um regulamento: tem que prejudicar alguém.

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