Tuesday, April 10, 2007

 

Vítor Magueijo: "Sou um simples servo do Senhor"

Durante toda a época passada, a melhor classificação dos Mineteiros do Apocalipse foi um sexto lugar. Depois do semi-flop que se revelou a sensacional contratação do galáctico Júlio Alves, o capitão Pedro Ramalho optou por recorrer ao mercado externo, numa decisão que se tem revelado acertada. A entrada de Vítor Magueijo, químico e investigador científico, parece ter sido decisiva para o aumento da qualidade do jogo apocalíptico, transfigurando radicalmente a equipa. Hoje já ninguém se atreverá a perguntar «quem é aquele novo, que parece saído da FER?». Na presenta época, já arrecadaram 10 pontos em 3 jogos e prometem não ficar por aqui. Foi com este recém-chegado ao mundo do quiz de cascata que fomos falar, tentando perceber quais são os objectivos dos M.A. para a presente temporada.

Vítor, a tua contratação pelos MA provocou uma subida do nível de jogo da equipa - depois de em todo o campeonato anterior apenas terem feito um ponto, neste já vão com 10. Estas contas reflectem a tua importância?
Em primeiro lugar as minhas saudações a todos os leitores deste blog. Respondendo à tua questão…não sei. Pode ser pura e simplesmente fogo de vista de principiante. Espero que os Mineteiros consigam manter alguma consistência de resultados, só assim se poderá concluir que os reforços vieram melhorar a performance da equipa. No entanto, claro que espero ser uma mais valia para a equipa. Penso que os restantes elementos da equipa esperam isso de mim, senão não me tinham convidado em Janeiro depois de um quizz n’A Barraca.

Consideraste a estrela da equipa? Os MA são o Magueijo e mais 3?
Nem pensar. Apesar de MA serem as primeiras letras de Magueijo, não tem nada a ver. Sou um “simples servo da vinha do Senhor” como diria alguém que já envergou um uniforme da Wehrmacht e que passa as férias estivais em Castel Gandolfo. Atenção que quando digo Senhor refiro-me ao Senhor António meu pai, que tens umas vinhas lá para as encostas da Gardunha. Acho ainda que os Mineteiros têm que começar a ser constituídos por 1+4 elementos numa base regular. Isto de jogar só com 4 é atirar alguns pontos para a sarjeta. Temos alguns elementos adicionais, mas tem sido difícil juntar 5 elementos.

Neste momento, quais são os pontos fortes e fracos dos Mineteiros? Qual é o tema de que nem querem ouvir falar? E qual aquele que deveria ser obrigatório?
Isso é uma pergunta difícil de responder e à qual só consigo responder pessoalmente. Obrigatório não deve ser nenhum. Pessoalmente sou mais forte em ciências e geografia. As minhas fraquezas são a literatura, música e o cinema com mais de 20 anos. Por acaso tenho alguma curiosidade de saber qual seria o resultado de um quizz em que todas as perguntas de música e cinema são relativas a obras com menos de 20 anos. Presumo que não faça grande diferença para muita gente, mas para mim é uma diferença importante.

Qual foi aquela pergunta que ainda não percebeste com falhaste?
Foi na tv. Já passou uma semana e ainda não percebi bem o que me deu. Depois de quase 30 perguntas a aguentar-me e depois de várias grandes secas à espera que a moça que estava no meio respondesse (ela chegou a demorar 10 min para responder a uma pergunta!), consegui falhar pura e simplesmente na seguinte pergunta: “Quem compôs a Ode à Alegria?”! Tudo começa de uma falha básica minha, a de não reconhecer imediatamente que “Ode à Alegria” e “Hino à Alegria” (expressão que uso sempre) são a mesma coisa. A partir daí e com a ajuda de uma das opções ser um compositor português que conheço pouco, precipitei-me por um raciocínio estúpido e resolvi supor que era uma rasteira. Depois de carregar no botão e de rever o processo mental que tinha acabado de fazer, exclamei interiormente: “Ca’stupidez!!!”. Enfim, os 6 segundos não deram para inverter o raciocínio idiota em que havia engrenado. Pessoalmente, perder por precipitação numa pergunta estupidamente fácil é bem mais doloroso que perder numa pergunta em que pura e simplesmente não sei a resposta. E pronto, quem quiser gozar comigo acerca deste assunto está à vontade, já ressaquei ouvindo a Ode à Alegria no mesmo dia em que falhei a pergunta.

No último jogo, falharam pela primeira vez a fase final. O que aconteceu?
Eh pá, o último jogo foi complicado. Os temas principais em que as perguntas incidiram foram-nos um bocado avessos e tivemos alguma falta de sorte (que é obviamente amplificada em campos do conhecimento em que somos mais fracos). Zbroing de um lado e Cavaleiros do outro também não deixaram passar muitas cascatas. Mesmo assim ainda acertámos pelo menos duas cascatas no 1º nível. O problema foi as perguntas directas. Como já disse num post do blog, a preparação do último quizz foi muito cuidada e nisso dou os parabéns aos organizadores (imagino que não seja fácil), no entanto, por razões óbvias e sectárias eu preferia um conjunto de perguntas diferentes.

Como é que começaste a jogar quiz?
A primeira vez que fui a um quizz foi há já vários anos, mas as minhas passagens por quizzes foram sempre esporádicas até ao último ano. Por isso jogo regularmente há muito pouco tempo.

A modalidade de cascata, agrada-te?
Sim, definitivamente “dá mais pica”!

"É a homogeneidade dos Mamedes o que mais me surpreende e a separação forçada entre filosofia e ciência é um erro"

Sabemos que estás ligado à investigação científica. Como analisas a velha problemática da escassez de perguntas científicas nos quizzes?
Com alguma preocupação. Acho que é o reflexo de este país ter virado as costas à área científica e tecnológica durante muitos anos….e continuar a fazê-lo. O horror à Matemática (que eu próprio tive) é algo que está enraizado e que leva muita gente a não gostar das áreas científicas. Outros erros, como a separação muitas vezes forçada entre a filosofia e a ciência são também graves. É um problema do ensino. Professores desinteressantes (para não dizer maus) geram alunos desinteressados que mais tarde se tornam eles próprios professores desinteressantes. O problema não está no ensino superior (aí estão outros), começa na escola primária e agrava-se no secundário. Na minha opinião, e apesar de ser uma conclusão forçada, a falta de perguntas científicas nos quizzes é apenas um indicador de tudo isto.

É verdade que já tiveste convites de equipas do top3, nomeadamente aquelas que se apresentam mais debilitadas na área científica?
Utter nonsense. Não. Aliás, só comecei nestas lides em Janeiro por isso ainda conheço muito pouca gente das outras equipas. Além disso, quem quer um gajo que erra uma pergunta sobre a Ode à Alegria?!

Até ao momento, que avaliação fazes do campeonato? Que organização gostaste mais? E quais te parecem ser as equipas mais fortes?
O campeonato parece estar em grande. Quanto às organizações dos quizzes, tenho preferências mas não tenho queixas. Uns correm bem, outros correm mal. É um evento difícil de organizar e por isso quem o faz merece sempre o benefício da dúvida e a ajuda de quem está a jogar. Para mim, as equipas mais fortes são os Mamedes, os Cavaleiros e os Fósseis. Penso não estar a dizer grande novidade. Destes três, os que me surpreendem mais são os Mamedes. São muito homogéneos.

Julgas que os Mineteiros poderão imiscuir-se na luta pelo título? Se não, qual o vosso objectivo?
Não. Ui, isso é muito difícil. Eu diria que o nosso objectivo é chegar à final em todas as jornadas. A partir daí é bónus. Se conseguirmos começar a jogar com 5 pessoas pode ser que ajude a sermos mais consistentes.

O próximo jogo será organizado pelo mais público apologista de um maior número de perguntas sobre ciências, o Jorge Páramos. Estás especialmente confiante para essa jornada?
Estou mais confiante, mas não quero dar grande importância a isso. Teoricamente pode ser mais a meu gosto, mas nunca se sabe. Vamos ver se conseguimos ir a mais uma final.

Adenda: Após a realização desta entrevista, o Vítor Magueijo veio a revelar dotes líricos até então desconhecidos, recuperando uma estimável e querida tradição dos quizzes de cascata, a inesquecível poesia química - mas com versos muito melhores. Ao transcrever os versos do promissor, mas ainda incipiente, poeta químico, este blog presta, uma vez mais, um serviço à Arte que os vindouros recordarão: Molécula minha, minha bela trans-retinol / Tu que acompanhada da inebriante dopamina /Fazes-me suspirar quando observo o Sol /E sorrir ao admirar uma beleza feminina.

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Comments:
este é aquele que dá ares de george best? diz que sabe umas coisas, é verdade
 
"aquele novo, que parece saído da FER"

"aquele que dá ares de george best"

Bem, eu devo ter o dom do polimorfismo. As frases acima são mais duas que tenho que adicionar à já considerável lista de pessoas/estereótipos a que tenho sido comparado. Começo a pensar que sou parecido com toda a gente menos comigo.

Já agora, estou a ser comparado a Best na sua fase "sou o maior, venham as gajas" ou ao Best na fase de completo declínio e com as pés (e a garrafa) prá cova?
 
um óscar para este homem pela clarividência! já!
 
Olha tu na TV!!
 
é o que está agora na tv, não é?
 
Irra, que ela é estúpida!!!
 
E ele abana a cabeça... já sabes que fizeste bosta!!
 
aquele com ar de profeta bíblico com óculos é que é ele?

pois é... estava eu distraidamente a olhar para a televisão, só para ver se o (belo) busto da concorrente continuava no mesmo sítio...
Ui... agora é a ode à alegria...
os meus sentimentos, pá. vinga-te na cascata!!!

FB
 
Obrigado a quem viu o programa e não me 'achincalhou'.

"Irra, que ela é estúpida!!!"

Pois é Sofia, mas teve sorte ou fez-me uma cena voodoo, pra eu ter começado a pensar idiotices...

"E ele abana a cabeça... já sabes que fizeste bosta!!"

Como disse na entrevista percebi logo. Eu não vi o programa, mas sei que fiquei logo chateado. Ela duplicou e levou mais dinheiro por me ver mais agitado. Francamente, depois de fazer trampa já não me importei, e assim ela até levou mais dinheiro...

Mas a gaja demorava a responder...bolas!

Caro FB, obrigado também.

VM
 
amanhã começa o rogério
 
"amanhã começa o Rogério" -----» mas o que é que isto tem a ver com o post? Ainda por cima foi uma informação falsa...
 
não foi, estava correcta
 
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