Friday, March 17, 2006
Da ciência, dos erros e do que realmente explica o mundo físico e metafísico
Várias polémicas – mais elevadas que aquelas que nascem entre Veigas e Guilhermes - sempre saudáveis, sobre questões científicas, vieram a lume após as duas primeiras jornadas do quiz.
Sobre este assunto o QdC foi ouvir duas especialistas na matéria – capazes de ombrear com um vulto da dimensão do saudoso José Roberto “esta substituição é digna de um treinador com um tumor na cabeça” Tedesco - e lídimas representantes da ala feminina do Quiz – duas das nossas Mias Hamms.
Patrícia, uma Lagartixa, e Sofia, uma Fernando Mamede, lançam luz sobre alguns assuntos que fizeram história no quiz - como Milinkovic iluminou os blaugrana do lado de lá do Marão - e lançam pistas para o futuro - como N’Kongolo, com um irrepreensível domínio técnico do pontapé em balão, lançava Bolinhas no relvado da Atlantic City portuguesa.
- Para acabar de vez com as sinapses: o Hugo Oliveira deu uma resposta a um post da Patrícia sobre o assunto no blog dos Lagartixas, afirmando que um excesso de cientismo pode ter mais custos que benefícios. Que vos parece?
S - Concordo genericamente com a opinião do Hugo, mas há uma diferença entre excesso de cientismo e rigor... Neste caso já tão discutido, tenho de admitir que também não consideraria correcta a resposta "sinapse". Talvez o excesso de cientismo tenha estado na elaboração da pergunta, que de facto era muito específica ao pedir o local. E se a pergunta é específica, então também a resposta o deve ser.
P - A minha resposta é bem conhecida e não vale a pena bater mais no ceguinho. Concordo plenamente com o que a Sofia diz. Para uma pergunta específica, uma resposta específica. A maioria das polémicas resulta de desleixo na elaboração da pergunta. E a sensação que tenho, na maioria das vezes, é que partem da resposta e depois armam uma pergunta que acham que vai dar essa resposta. Como a pergunta do tamanho dos CD’s. É um facto interessante saber que o CD foi criado de forma a poder incluir toda a 9ª Sinfonia, mas os senhores estavam a contar os centímetros ou os minutos? Lá está, é uma questão de rigor, e não de cientismo. Não são bem a mesma coisa.
- Neste último jogo também surgiram duas questões: uma sobre a hidrólise de amido e outra, que mereceu repúdio geral, sobre a respiração endógena. Afinal, que se passou?
S - Aproveito para manifestar publicamente que repudio a questão dos enzimas que hidrolisam o amido!! Deviam chamar-se amidolases, que é um nome mais bonito e que soa muito melhor! É claro que me lembrava do nome deles, como esquecer? Mas depois uma pessoa expressa a sua opinião e ainda é penalizada por isso... (mas a sério, não me apercebi de qualquer polémica nesta pergunta, afinal o que há a disputar?!)
Quanto à pergunta do ciclo de Krebs, acho que estava mal feita e não vale a pena estar aqui a desfilar o meu livro de bioquímica para explicar porquê. Mas é óbvio que estas discussões tornam os organizadores cada vez mais avessos a incluírem perguntas científicas.
P - Não me lembro da pergunta sobre respiração endógena (já lá vai algum tempo), mas a hidrólise seja do que for faz-se pela água. Se a resposta pretendida era “amilase” (e lá estamos nós a partir da resposta para criar perguntas, tipo Jeopardy!) talvez se devesse perguntar o nome da substância responsável pela digestão do amido, e não pela hidrólise, mas não me lembro ao certo da pergunta e é melhor não me alongar porque também não sou especialista na matéria.
- Em entrevista a este blog o Jorge Paramos afirmava que gostaria de ver mais perguntas sobre ciências para “combater o dogma não-escrito que em larga medida a exclui da chamada cultura geral.”. Este dogma existe mesmo?
S - Eu concordo com tudo o que o Jorge Páramos diz! Ele é um génio e eu não passo de um apêndice sem personalidade. Aliás, eu só estou na equipa para ir buscar panos para limpar o chão sempre que o Paulo ou o Jorge derrubam a bebida. Agora que os Mamedes se livraram do elo mais fraco, basta desenvolverem um pouco mais de coordenação motora para os primeiros lugares começarem a cair em catadupa!
P - Não me parece que exista um dogma, mas apenas algum receio, por parte de quem faz as perguntas, de meter os pés pelas mãos em questões científicas que na realidade não dominam. Como já se tornou evidente nos exemplos de que já falámos, uma questão de interpretação mal feita e/ou uma linguagem pouco cuidada na elaboração das perguntas é o suficiente para levantar polémica. E o facto é que em ciência as coisas são como são, não pode haver ambiguidade na pergunta nem na resposta, portanto se calhar o dogma passa por aí e é um tema que se evita porque dá mais trabalho do que os outros (o que é uma pena!)
- Algumas equipas que lutam consistentemente por boas classificações (Cavaleiros, Ursinho) não têm nenhum especialista em ciências, pelo menos alguém com formação académica na área. Isto é sintoma desse dogma?
S - Isto é sintoma da idade média dessas equipas, cujos membros foram à escola quando o comboio ainda era a vapor. OK, confesso que não faço ideia das idades dos Ursinhos. Mas os Cavaleiros, esses são um bando de cotas!
P - É apenas o resultado óbvio do facto de haver poucas perguntas sobre ciências. Assim sendo, para que precisariam de um especialista?
Já vi os Cavaleiros ou os Fósseis (não me lembro qual das equipas) responder no quiz do bar do Júlio que nós temos as papilas gustativas no céu da boca. E ganharam. São fortes nas áreas mais comuns, não têm de se preocupar com o tipo de perguntas que aparecem uma vez quando o rei faz anos.
- Que recomendações poderão fazer a próximos organizadores do jogo no que toca à elaboração de questões científicas?
S - Eu acredito que todas estas questões se resolveriam se, após fazerem as perguntas científicas, os organizadores as passassem para "avaliação" a alguém entendido no assunto. E se não conhecerem ninguém, porque não recorrer a um participante do quiz que se saiba ser especialista nisso? Não acho que hajam problemas por essa pessoa ficar a saber que a tal pergunta sai no próximo jogo; se hipoteticamente for parar à sua equipa, não é que a falhasse de qualquer modo... Esta medida teria provavelmente evitado as confusões das sinapses e de Krebs, e assim ficava toda a gente contente.
Mas realmente gostava que os futuros organizadores continuassem a incluir as questões científicas. Trazem certamente um outro grau de dificuldade ao jogo, dando-se assim valor às equipas com conhecimentos mais abrangentes.
P - Esperando sinceramente que continuem a incluir perguntas sobre ciência nas próximas etapas do quis, aqui ficam os conselhos de alguém que não é especialista em coisa nenhuma:
1º Não pesquisem na Wikipedia
2º Percam mais do que 30 segundos a olhar para a frase que escreveram e certifiquem-se de que a linguagem usada está correcta e não há espaço para ambiguidades (não custa nada, a sério!)
3º Não usem essas perguntas para mostrar ao mundo que sabem uma coisa que o resto não sabe. Façam-nas no âmbito da cultura geral e perguntem coisas sobre ciência mas que estejam ao alcance do conhecimento do cidadão comum.
4º “Em que ano Einstein deu o primeiro beijo?” e “Qual era a alcunha do Thomas Edison quando andava no jardim-escola?” não são perguntas sobre ciência.
E pronto. Já agora, como se chamava o irmão do Parfait N’dong, esse monstro congolês a varrer áreas, sabem?
Sobre este assunto o QdC foi ouvir duas especialistas na matéria – capazes de ombrear com um vulto da dimensão do saudoso José Roberto “esta substituição é digna de um treinador com um tumor na cabeça” Tedesco - e lídimas representantes da ala feminina do Quiz – duas das nossas Mias Hamms.
Patrícia, uma Lagartixa, e Sofia, uma Fernando Mamede, lançam luz sobre alguns assuntos que fizeram história no quiz - como Milinkovic iluminou os blaugrana do lado de lá do Marão - e lançam pistas para o futuro - como N’Kongolo, com um irrepreensível domínio técnico do pontapé em balão, lançava Bolinhas no relvado da Atlantic City portuguesa.
- Para acabar de vez com as sinapses: o Hugo Oliveira deu uma resposta a um post da Patrícia sobre o assunto no blog dos Lagartixas, afirmando que um excesso de cientismo pode ter mais custos que benefícios. Que vos parece?
S - Concordo genericamente com a opinião do Hugo, mas há uma diferença entre excesso de cientismo e rigor... Neste caso já tão discutido, tenho de admitir que também não consideraria correcta a resposta "sinapse". Talvez o excesso de cientismo tenha estado na elaboração da pergunta, que de facto era muito específica ao pedir o local. E se a pergunta é específica, então também a resposta o deve ser.
P - A minha resposta é bem conhecida e não vale a pena bater mais no ceguinho. Concordo plenamente com o que a Sofia diz. Para uma pergunta específica, uma resposta específica. A maioria das polémicas resulta de desleixo na elaboração da pergunta. E a sensação que tenho, na maioria das vezes, é que partem da resposta e depois armam uma pergunta que acham que vai dar essa resposta. Como a pergunta do tamanho dos CD’s. É um facto interessante saber que o CD foi criado de forma a poder incluir toda a 9ª Sinfonia, mas os senhores estavam a contar os centímetros ou os minutos? Lá está, é uma questão de rigor, e não de cientismo. Não são bem a mesma coisa.
- Neste último jogo também surgiram duas questões: uma sobre a hidrólise de amido e outra, que mereceu repúdio geral, sobre a respiração endógena. Afinal, que se passou?
S - Aproveito para manifestar publicamente que repudio a questão dos enzimas que hidrolisam o amido!! Deviam chamar-se amidolases, que é um nome mais bonito e que soa muito melhor! É claro que me lembrava do nome deles, como esquecer? Mas depois uma pessoa expressa a sua opinião e ainda é penalizada por isso... (mas a sério, não me apercebi de qualquer polémica nesta pergunta, afinal o que há a disputar?!)
Quanto à pergunta do ciclo de Krebs, acho que estava mal feita e não vale a pena estar aqui a desfilar o meu livro de bioquímica para explicar porquê. Mas é óbvio que estas discussões tornam os organizadores cada vez mais avessos a incluírem perguntas científicas.
P - Não me lembro da pergunta sobre respiração endógena (já lá vai algum tempo), mas a hidrólise seja do que for faz-se pela água. Se a resposta pretendida era “amilase” (e lá estamos nós a partir da resposta para criar perguntas, tipo Jeopardy!) talvez se devesse perguntar o nome da substância responsável pela digestão do amido, e não pela hidrólise, mas não me lembro ao certo da pergunta e é melhor não me alongar porque também não sou especialista na matéria.
- Em entrevista a este blog o Jorge Paramos afirmava que gostaria de ver mais perguntas sobre ciências para “combater o dogma não-escrito que em larga medida a exclui da chamada cultura geral.”. Este dogma existe mesmo?
S - Eu concordo com tudo o que o Jorge Páramos diz! Ele é um génio e eu não passo de um apêndice sem personalidade. Aliás, eu só estou na equipa para ir buscar panos para limpar o chão sempre que o Paulo ou o Jorge derrubam a bebida. Agora que os Mamedes se livraram do elo mais fraco, basta desenvolverem um pouco mais de coordenação motora para os primeiros lugares começarem a cair em catadupa!
P - Não me parece que exista um dogma, mas apenas algum receio, por parte de quem faz as perguntas, de meter os pés pelas mãos em questões científicas que na realidade não dominam. Como já se tornou evidente nos exemplos de que já falámos, uma questão de interpretação mal feita e/ou uma linguagem pouco cuidada na elaboração das perguntas é o suficiente para levantar polémica. E o facto é que em ciência as coisas são como são, não pode haver ambiguidade na pergunta nem na resposta, portanto se calhar o dogma passa por aí e é um tema que se evita porque dá mais trabalho do que os outros (o que é uma pena!)
- Algumas equipas que lutam consistentemente por boas classificações (Cavaleiros, Ursinho) não têm nenhum especialista em ciências, pelo menos alguém com formação académica na área. Isto é sintoma desse dogma?
S - Isto é sintoma da idade média dessas equipas, cujos membros foram à escola quando o comboio ainda era a vapor. OK, confesso que não faço ideia das idades dos Ursinhos. Mas os Cavaleiros, esses são um bando de cotas!
P - É apenas o resultado óbvio do facto de haver poucas perguntas sobre ciências. Assim sendo, para que precisariam de um especialista?
Já vi os Cavaleiros ou os Fósseis (não me lembro qual das equipas) responder no quiz do bar do Júlio que nós temos as papilas gustativas no céu da boca. E ganharam. São fortes nas áreas mais comuns, não têm de se preocupar com o tipo de perguntas que aparecem uma vez quando o rei faz anos.
- Que recomendações poderão fazer a próximos organizadores do jogo no que toca à elaboração de questões científicas?
S - Eu acredito que todas estas questões se resolveriam se, após fazerem as perguntas científicas, os organizadores as passassem para "avaliação" a alguém entendido no assunto. E se não conhecerem ninguém, porque não recorrer a um participante do quiz que se saiba ser especialista nisso? Não acho que hajam problemas por essa pessoa ficar a saber que a tal pergunta sai no próximo jogo; se hipoteticamente for parar à sua equipa, não é que a falhasse de qualquer modo... Esta medida teria provavelmente evitado as confusões das sinapses e de Krebs, e assim ficava toda a gente contente.
Mas realmente gostava que os futuros organizadores continuassem a incluir as questões científicas. Trazem certamente um outro grau de dificuldade ao jogo, dando-se assim valor às equipas com conhecimentos mais abrangentes.
P - Esperando sinceramente que continuem a incluir perguntas sobre ciência nas próximas etapas do quis, aqui ficam os conselhos de alguém que não é especialista em coisa nenhuma:
1º Não pesquisem na Wikipedia
2º Percam mais do que 30 segundos a olhar para a frase que escreveram e certifiquem-se de que a linguagem usada está correcta e não há espaço para ambiguidades (não custa nada, a sério!)
3º Não usem essas perguntas para mostrar ao mundo que sabem uma coisa que o resto não sabe. Façam-nas no âmbito da cultura geral e perguntem coisas sobre ciência mas que estejam ao alcance do conhecimento do cidadão comum.
4º “Em que ano Einstein deu o primeiro beijo?” e “Qual era a alcunha do Thomas Edison quando andava no jardim-escola?” não são perguntas sobre ciência.
E pronto. Já agora, como se chamava o irmão do Parfait N’dong, esse monstro congolês a varrer áreas, sabem?
Comments:
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Concordo quando se fala em desleixo na elaboração das perguntas.Principalmente da parte de quem as faz. Certamente que quem as não faz, poderá ser desleixado(a).Mas poderá ser sempre comentador desportivo ou político. Mais rantável e com uma percentagem inóqua de risco.
A amilase, hidrolase ou seja lá o que for não deveria existir. Aliás consta que o Van Gogh tinha 3 orelhas, embora tal não esteja escrito na Wilkipedia. E quando cortou a dita, ainda ficou com duas, ou será que uma? Nem todas as fontes têm água potável, embora me pareça e, viva a democracia, todas a gente pode expressar a sua opinião, de uma forma geral sempre mais acertada que a dos outros, e mais ainda, se for alicerçada num ou dois pares de pernas bonitas, melhor.
Gosto da palavra Dogma, embora o filme não me tenha seduzido por aí além. Ao contrário das pernas. E volto a concordar quando se diz que na Ciência as coisas são como são, tal como as entrevistadas atestam.
Também acho os Cavaleiros uns cotas.Mas gosto do Frederico, é alto, pacato e educado.
De qualquer forma e seguindo o conselho da Sofia, quando me deixarem fazer um jogo vou de certeza absoluta incluir um número inusitado de perguntas de Ciências para tramar as equipas que só percebem de banalidades, e ao mesmo tempo, consultar a dita colega sobre todas essas questões científicas, assim o Jorge Páramos me deixe.
Finalizando, que bom são estas tertúlias bloguianas. E se for com elas melhor. Ginjas ou pernas.
Voando.
Peter Pan ( Bruce Banner)
A amilase, hidrolase ou seja lá o que for não deveria existir. Aliás consta que o Van Gogh tinha 3 orelhas, embora tal não esteja escrito na Wilkipedia. E quando cortou a dita, ainda ficou com duas, ou será que uma? Nem todas as fontes têm água potável, embora me pareça e, viva a democracia, todas a gente pode expressar a sua opinião, de uma forma geral sempre mais acertada que a dos outros, e mais ainda, se for alicerçada num ou dois pares de pernas bonitas, melhor.
Gosto da palavra Dogma, embora o filme não me tenha seduzido por aí além. Ao contrário das pernas. E volto a concordar quando se diz que na Ciência as coisas são como são, tal como as entrevistadas atestam.
Também acho os Cavaleiros uns cotas.Mas gosto do Frederico, é alto, pacato e educado.
De qualquer forma e seguindo o conselho da Sofia, quando me deixarem fazer um jogo vou de certeza absoluta incluir um número inusitado de perguntas de Ciências para tramar as equipas que só percebem de banalidades, e ao mesmo tempo, consultar a dita colega sobre todas essas questões científicas, assim o Jorge Páramos me deixe.
Finalizando, que bom são estas tertúlias bloguianas. E se for com elas melhor. Ginjas ou pernas.
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