Friday, March 16, 2007

 

Ontem Cavaleiro, hoje Leporino....amanhã Laranja? Sérgio Costa: liberdade ou infidelidade?

Em Junho do ano passado, no post de apresentação dos Cavaleiros do Apocalipse, um elemento da equipa, designado Sérgio Costa, é descrito desta forma: « Outro ajudense de gema, génio dos chavões publicitários e o homem a quem Alexandre O'Neill roubou o maior número de slogans(...) Na sua última prestação no Quiz de Cascata, logrou, ainda que a espaços, fazer esquecer o Fred. Está na luta por um lugar no cinco inicial.» Já em Fevereiro deste ano, César Manta dá uma entrevista a este blog. A dado passo afirma: «o Sérgio, um mercenário destas lides, que alinhará connosco enquanto lhe conseguirmos arranjar embalagens de Conguitos, algo que nem sempre é fácil». Passados uns dias, eis que no blog se lê isto: «Existe ainda um elemento que para nós é fundamental, que é o Sérgio Costa, que foi nosso suplente na época passada, mas que este ano pediu para não o inscrevermos, de forma a poder ganhar mais minutos de utilização cedendo os seus préstimos a outras equipas. Foi ele um dos responsáveis pela boa prestação dos Leporinos no último jogo.»

Uma personagem sobre o qual o auditório se interroga: mercenário ou free-agent? Cavaleiro ou Leporino? Mais-valia ou fogo-de-vista? Enfim, quem é este homem? Um monstro de coração de pedra ou um romântico incurável, eternamente à procura de um destino? Um capitalista puro e duro ou um agente-duplo com interesses inconfessáveis? Com os cuidados necessários à abordagem de figuras deste tipo, e já sem pachorra para fazer mais dicotomias, tentaremos responder a estas inquietações, numa entrevista particularmente importante - para mais num momento em que o blog QdC apurou que outra equipa do Campeonato está interessada em contar com os préstimos do ajudense. António Alves Cardoso, aka Patolino, terá ficado fortemente impressionado com a prestação do Sérgio num dos Jantares de Frielas onde formaram equipas juntos. Em declarações exclusivas a este blog, o Arquitecto Laranja afirmou que "Com aquele rapaz é que me entendi bem. O que eu não sabia, sabia ele. Se calhar, vou é oferecer-lhe dinheiro ara vir jogar na minha equipa. 25 euros por noite ou assim". Pode estar assim em curso uma contratação surpresa no Campeonato de QdC, possivelmente concluída até à noite de hoje. Escutemos então o Sérgio Costa, em mais uma entrevista com a marca de qualidade do Blog QdC:


Sérgio Costa: "Cavaleiros ou Leporinos? É como escolher entre ser esfaqueado na Brandoa ou atropelado em Valhe de Milhaços."

Sérgio, queres começar por abordar os factos que estão descritos neste intróito?
Gostaria de, antes de mais, avançar com uma confirmação: sou de facto apenas fogo de vista. Contudo, tal acaba por ser uma mais valia, já que em Portugal o fogo de artifício ainda é muito apreciado, arrastando multidões e sendo alvo de destaque em diversos Telejornais que não o da TVI. O que é que isso interessa para o Quizz? Muito possivelmente nada, até começarem a sair perguntas de pirotecnia. Abordando mais a minha posição no Quiz, digamos que o esquema táctico dos Cavaleiros de jogo pesado, piadas de balneário em que só um é que percebe,dietas de vitaminas etílicas e pressão arterial alta deixavam-me algo amarrado, não favorecendo o meu estilo de jogo. Nos Leporinos tenho mais liberdade, posso assumir o papel de criativo, fazendo pagar a peso de ouro o pouco que sei e mentindo valentemente sobre o muito que não sei. Até agora tem resultado e espero que continue.

Chegou hoje ao conhecimento público um acordão do Supremo Tribunal (caso Zé Tó vs. União de Leiria) que promete revolucionar o munda da bola. Sentes que podes estar a ser um percursor, não só do Quiz, mas de todo o desporto mundial?
Basicamente, o que isso pode fazer é desvalorizar o valor das rescisões dos atletas, que passará a ser calculado em função dos salários auferidos ao longo dos anos e não do valor mais abrangente da formação. Havendo uma entidade reguladora no Quiz e um regulamento protector da estabilidade das equipas e do mercado de transferências, creio que a haver alterações só se vão sentir na próxima época. De qualquer forma, meter-me no mesmo saco que um tipo chamado Zé Tó é como ver o João sem bigode: há ali qualquer coisa que não faz sentido.

Este blog sabe que há equipas, nomeadamente os Laranja, que poderão vir a tentar a tua contratação. Senteste bem com a camisola Leporina ou encaras a hipótese de experimentar a tua terceira equipa no espaço de um ano?
Eu sou daqueles que joga pelo amor à camisola, pelo menos até aparecer alguém que me ofereça outra camisola com um valor de mercado substancialmente mais elevado. No entanto, para além da financeira, também procuro a estabilidade emocional, pelo que vejo como difícil a hipótese de alinhar por uma terceira equipa.

Há quem diga que tens medo de compromissos - sendo essa razão para o teu estatuto de free-agent. Julgas que, no fundo, é Freud que pode explicar a tua peculiar situação no panorama quizzistico nacional?
Se tivesse medo de compromissos e relações difíceis, há muito que tinha deixado de ser adepto do Belenenses. Mas, as razões que me levaram a este chamado estatuto de free agent são racionais e conscientes, pelo que podemos dar ao Sigmund o devido descanso.

"Chorei no fim da Floribella, mas jogo com as cartas que me dão"

Mas como entendes o teu estatuto: como o de um mercenário empedernido, que só é fiel ao vil metal, ou de forma mais romântica, como a de um mercenário empedernido de um mau filme? O que te faz correr?
Olha, muita coisa me faz correr, por exemplo: no domingo vai ser a expectativa de uma medalha que vale 50 cêntimos e a maior concentração de fatos de treino numa ponte europeia. Não sou certamente um mercenário empedernido, pois estes não choram como eu chorei no final da Floribella (apesar de ser de alegria), mas sou uma pessoa (no sentido lato da palavra) que joga com as cartas que lhe dão e tira daí o melhor que pode. Se para isso tenho de ser um free agent, então seja.

Nunca um teu colega de equipa colocou em causa a tua lealdade ao colectivo?
Nunca. Creio que muitos deles desconhecem até o conceito lealdade, pelo menos no sentido cavalheiresco que a pergunta parece ter. Desde que eu vá cumprindo ou passe a ideia de que estou a cumprir, será suficiente.

No futuro, achas possível uma ligação contratual mais séria a alguma equipa?
O futuro está sempre em aberto, mas a exclusividade é algo que se paga caro, até no mundo do Quiz, por isso é continuar, sempre com tranquilidade, como diria aquele rapaz do penteado rebelde.

Os Leporinos são uma das poucas equipas a terem marcado presença nas duas fases finais até ao momento. A equopa está satisfeita com a actual perfomance ou pensa poder almejar algo mais?
O principal objectivo da turma Leporina é de facto marcar presença em todas as fases finais, apesar de sabermos que isso é complicado. Depois, a partir daí é ver até onde dá para ir, mas também temos a noção que há sapos maiores no charco em que pululamos.

Gostas mais dos Cavaleiros ou dos Leporinos? Ou dos 5 contos de réis dos Laranja?
Isso é como perguntar se prefiro ser esfaqueado na Brandoa ou ser atropelado em Vale de Milhaços. Se puder, prefiro não ter de escolher, tirando os cinco contos dos Laranja, os quais não me importava de recolher, mesmo sem jogar por eles, tipo uma lembrança de cortesia.
Conheço o Rogério desde tenra idade o que, para além de diversas consultas de psicanálise, também gerou laços de amizade que ainda hoje se mantêm, daí ter mantido a porta aberta em relação ao meu regresso. Em relação aos Leporinos, foi o destino que juntou gente com formações muito distintas, num determinado local e num dado momento. A amizade surgiu e daí aos Leporinos (ocasionalmente também Espertalhos do Carinho no antigo Bar Quiz) foi um pulinho.

Sérgio, podes assegurar, com toda a certeza, que na sexta-feira estarás presente na Ajuda envergando a camisola dos Leporinos?
Parece que desta vez, para além de Conguitos, até jantar me oferecem antes, por isso sem qualquer materialismo latente afirmo: na sexta serei Leporino. Sábado, logo se vê.

Já perdoaste ao Alexandre O'Neill?
Entre publicitários, os bitaites e as turras ocasionais são tão naturais como ter sede. O Alexandre tem o seu passado glorioso e o seu portfólioadquiriu estatuto imortal de relíquia nacional. Já eu terei de continuar a trabalhar no meu, para ver se alcanço a imortalidade ou, em alternativa, um T3 em Massamá. Já agora, se alguma das equipas do campeonato precisar de um refresh de naming, uma campanha promocional, criar um jingle ou uma assinatura imponente, aproveito a oportunidade para referir que também estudo propostas noutros campos para além do Quiz.

Aqui ficam pois as explicações desta personalidade complexa, a quem desejamos os maiores sucessos na sua carreira avant-garde. Onde sabemos que o terá, e sem precisar de se enfiar em poliéster, será neste blog, como colunista convidado - também deste somos leitores noutras paragens. Depois do Jorge Azevedo Correira, o Sérgio é o segundo nome na nossa lista de contratações, que será divulgada, por inteiro, durante o próximo fim de semana.

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Comments:
Infedilidade vem de não ser adepto do Fidel não?
 
Esta história de correr por medalhas que valem 50 cents é-me familiar.
 
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