Tuesday, October 23, 2007

 

Rogério dos Cavaleiros em entrevista: "Só tenho medo de não ser autêntico e o Fernando está cada vez mais senil"

Os Cavaleiros do Apocalipse, os consagrados monstros do quiz nacional, atravessam o período mais negro da sua história - pela segunda vez consecutiva, em anos consecutivos. Fomos falar com o peso-pesado da equipa (leia-se peso-pesado literalmente, não metaforicamente), Rogério Costa. No seu inconfundível estilo de um falso-lento que só peca pela falta de velocidade, na linha de um Dito ou de um Miner, pincelado com momentos de génio numa tela de alienação, deixa-nos aqui o diagnóstico, a terapêutica e o prognóstico. E a dúvida: terão os Cavaleiros a coesão suficiente para resistirem a este ataque vindo de dentro? Cederão à vertigem do totalitarismo? Ou o Rogério será apenas o Trotsky da Ajuda? Como, se a Maluda já não é viva? Monstros da hermenêutica como Georges Steiner e Luís Freitas Lobo não foram conclusivos. Leiam vocês.

Rogério, os Cavaleiros pareciam estar lançados para uma vitória confortável no QdC, mas tudo mudou com os resultados das últimas duas jornadas. Cantaram vitória cedo demais?
Penso que não, julgo que ainda vou ganhar o campeonato. Repara que digo vou, porque, caso aconteça, vencerei sozinho, obviamente, atendendo às míseras contribuições dos meus colegas de equipa. Devo ainda realçar que desde o início do campeonato não há equipa mais prejudicada que a nossa, ou, por conseguinte, não há, ninguém mais prejudicado do que eu, já que eu é que sou a equipa.

Mas as vossas más prestações nos últimos jogos, particularmente no de Outubro, não se deverá à falta do empenho e concentração que, mesmo para uma equipa tão forte, são essenciais?
Eu continuo empenhado e concentrado, é pena que os outros elementos não façam o mesmo. O Hugo bebe copos de leite, lançando a ignomínia e a vergonha sobre a nossa equipa e o ridículo sobre ele próprio, o Fernando está a ficar cada vez mais senil, parece uma velha alcoviteira nos intervalos sempre a dar à língua e depois durante o jogo é que vai fazer xixi. Por amor de Deus. Sobre o Fred prefiro não fazer comentários, mas entristece-me muito a forma como ele se tem apresentado. Aproveito para lhe lançar um apelo: Fred, se estás a ler isto, faz-te homem pá. Deixa de ser mariconço e rapa mas é o cabelo enquanto é tempo. O João julgo que é um caso perdido, não vale a pena bater mais no ceguinho.

Tal como o ano passado, vocês estão a fraquejar no ínicio da segunda volta. Como analisas o repetido comportamento do João Silva de se ausentar da mesa a meio do jogo de forma inopinada?
Isso e o facto de estar a começar a apresentar uma postura semelhante à do Fernando, preferindo estar a conversar nas mesas com as outras equipas quando nos são dirigidas perguntas, mas praticada de forma mais radical. Mas a ausência total de neurónios é muito mais relevante do que a física. Essa só revela uma grave desagregação mental e penso que há muito que ele devia estar medicado.

Como analisas as vossas hipóteses a partir daqui? Ainda são os principais, quase únicos, candidatos à vitória final?
É óbvio que as coisas estão mais complicadas, mas não me verão atirar a toalha ao chão, até porque disso há quem saiba mais que eu. Mas arrisco dizer que continuamos, ou melhor, continuo a ser o principal e único candidato à vitória final. Mais: independentemente da classificação final do campeonato, terei sido sempre o vencedor, mesmo que os resultados digam o contrário. Porque eu é que sou bom, tás a compreender? Devo ainda dizer que o quiz, neste momento, já não me traz a mesma satisfação de outrora. Os meus companheiros definham de uma forma assustadora e eu, sozinho, custa-me continuar. Vou talvez equacionar a adopção de outros hobbys como o modelismo ou as danças de salão.

O QdC soube que, no final do último jogo, tu e o Hugo estiveram reunidos. É verdade que falaram da hipótese de rolarem cabeças nos Cavaleiros?
É verdade. Falámos sobre isso e sobre outras coisas interessantes, mas são assuntos internos da equipa sobre os quais não me quero alongar muito.

Como tens avaliado a prestação dos teus colegas de equipa nos últimos jogos?
Tem sido horrível, fizeram a equipa, ou seja eu, perder a coesão que havia vindo a ser revelada nos pretéritos jogos. A pressão alta que gosto sempre de evidenciar não tem acontecido e ando a perder muitas cascatas e perguntas directas. Resumindo, estou a falhar na área dos adversários e na minha própria área. Quero voltar a ser aquela equipa dominadora dos primeiros jogos e algo tem de mudar. É preciso que os meus companheiros ouçam mais o que tenho para lhes dizer e que não sugiram certas alarvidades como respostas às perguntas. É fundamental que aceitem sem questionar a minha liderança. Quero ser um Enver Hoxha para eles, mas eles têm de o aceitar de livre vontade. Só assim é que no fim do campeonato poderei finalmente dizer que manietei o Alverca.

Insisto: há elementos dos Cavaleiros que correm o risco de perder o lugar? Há elementos que estão sob escrutínio atento?
Há. Há.

Assusta-te a possibilidade de, tal como o ano passado, morrerem à beira da praia?
Não. Só tenho medo de não ser autêntico. E, desta vez, os Mamedes irão estampar-se até porque não estará lá o Marco Vaza para nos perguntar quantos deputados foram eleitos pelo PRD em 87 e quantas etapas ganhou o Agostinho no mesmo nível em que lhes pergunta onde nasceu o Ramalho Eanes.

Neste momento, o que vos falta para regressarem às vitórias?
Falta resolver todas as questões que enunciei acima e falta também uma certa pontinha de sorte. Falta um pouco de inteligência aos meus companheiros e um pouco de tacto às pessoas que fazem os jogos, nomeadamente, na atribuição dos níveis das perguntas. E porque é que eu tenho sempre que levar com os lagos e com os feriados, e agora com o LoveSmart e o Estreito da Dinamarca no nível 1, enquanto que o resto da carneirada leva com as fáceis todas? Pois é, quem não chora não mama, já dizia o outro. Mas, como sou um optimista, estou convicto que neste próximo jogo a vitória será minha. Bora ali malhar naqueles rissóis de carne, ó cabeçudo?

Bora lá, bonifrates.

Obviamente, não fomos. No QdC regemo-nos por um elevado código de ética, tipo o da Al-Reuters, o NYT e assim. Não alinhamos em jogos duvidosos que nos coloquem em causa o rigor deontológico, excepto se for para lixar a administração Bush, Israel, igrejas, os conservadores, os Mamedes e essa malta assim.

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Comments:
Muito bem!
Já vi que continuas igual a ti próprio (o que, em termos de projecto para o futuro até nem está nada mal).
 
Consta que os Cavaleiros estão a preprar uma contratação de peso para a próxima época... um tal de cavaleiro tipo D. Sebastião...
 
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