Thursday, April 12, 2007
Achegas para a feitura de um bom jogo (1)
Nesta série que hoje iniciamos, propõe-se este blog a fornecer aos futuros organizadores de jogos de QdC e quizz-masters em geral, uma série de ferramentas e conselhos úteis à elaboração de quizzes de elevada qualidade.
Iniciamos estas notas com um tema cuja importância, se parece dúbia numa primeira análise, revela-se, como adiante perceberemos, verdadeiramente basilar. Como já aqui dissemos, o quiz destina-se «a testar quanto abarcamos desse maravilhoso produto da civilização humana que é o conhecimento inútil. Mas com um particular: por tradição e regra consuetudinária, aquilo que é testado é o interminável conjunto de factos que, em maior ou menor grau, estão acessíveis ao conhecimento público». Ora, numa reflexão mais cuidada, isto é condição necessária mas não suficiente.
Há, entre outros, um factor crítico para o sucesso de uma pergunta de quiz, o qual abordaremos hoje. Explicitamos: não devem ser colocadas questões cuja temática, plasmada na resposta, seja por natureza de elevado grau de incerteza ou entropia, isenta de razoável estabilidade ontológica. Ou seja, a resposta à pergunta não pode ser susceptível a variações em curtos espaços de tempo. Um exemplo, utilizando uma redução ao absurdo: se é aceitável perguntar a distância entre Lisboa e Boston em kilómetros, ou mesmo em metros, deixa de o ser se for pedida em picometros - porque o movimento das placas invalidará, per se, que a resposta certa aquando da elaboração da prova seja a resposta certa aquando da sua apresentação. O que implicaria a sujeição das equipas ao inaceitável jugo de tentarem adivinhar qual seria a resposta no momento em que o organizador construíu a pergunta (isto é uma derivação de um clássico problema metafísico). Assim, a resposta deve ser estável em cronologias curtas: não pode ser hoje uma e daqui a uma hora outra qualquer; e a possibilidade de acesso a essa informação não pode estar condicionada por incertezas quanto à sua verdade objectiva.
Para deixar o assunto claro, apresentemos algumas perguntas que NÃO devem ser feitas:
1 - Qual a equipa de QdC que o Sérgio Costa representa? (o pormenor do tempo verbal é decisivo; perguntar que equipa representou ou está agora a representar já seria admissível)
2 - Qual a actual cotação do NYSE 100 Intl. Index? (o mercado ainda está a funcionar à hora do jogo, e qualquer transacção poderá afectar o valor do índice)
Se estão a pensar que isto não passa de uma bizantinice, erram redondamente. Para o provar, podemos abandonar os exemplos ficcionados e recordar algumas perguntas que já foram efectivamente realizadas no decorrer de jogos do campeonato de QdC. Ora vejamos:
1 - Qual a capacidade da caixa de uma conta gratuita do Gmail? (pergunta efectuada pelo LTN, que o obrigou a improvisar alguns arremedos para a compor; a capacidade vai aumentado progressivamente com o passar dos minutos)
2 - Quais as habilitações literárias do primeiro-ministro José Sócrates? (igual à anterior, com a diferença das mudanças não serem apenas quantitativas - e, nesse caso, tanto aumenta como diminui, como qualitativas; o ritmo da mudança também é mais rápido)
Iniciamos estas notas com um tema cuja importância, se parece dúbia numa primeira análise, revela-se, como adiante perceberemos, verdadeiramente basilar. Como já aqui dissemos, o quiz destina-se «a testar quanto abarcamos desse maravilhoso produto da civilização humana que é o conhecimento inútil. Mas com um particular: por tradição e regra consuetudinária, aquilo que é testado é o interminável conjunto de factos que, em maior ou menor grau, estão acessíveis ao conhecimento público». Ora, numa reflexão mais cuidada, isto é condição necessária mas não suficiente.
Há, entre outros, um factor crítico para o sucesso de uma pergunta de quiz, o qual abordaremos hoje. Explicitamos: não devem ser colocadas questões cuja temática, plasmada na resposta, seja por natureza de elevado grau de incerteza ou entropia, isenta de razoável estabilidade ontológica. Ou seja, a resposta à pergunta não pode ser susceptível a variações em curtos espaços de tempo. Um exemplo, utilizando uma redução ao absurdo: se é aceitável perguntar a distância entre Lisboa e Boston em kilómetros, ou mesmo em metros, deixa de o ser se for pedida em picometros - porque o movimento das placas invalidará, per se, que a resposta certa aquando da elaboração da prova seja a resposta certa aquando da sua apresentação. O que implicaria a sujeição das equipas ao inaceitável jugo de tentarem adivinhar qual seria a resposta no momento em que o organizador construíu a pergunta (isto é uma derivação de um clássico problema metafísico). Assim, a resposta deve ser estável em cronologias curtas: não pode ser hoje uma e daqui a uma hora outra qualquer; e a possibilidade de acesso a essa informação não pode estar condicionada por incertezas quanto à sua verdade objectiva.
Para deixar o assunto claro, apresentemos algumas perguntas que NÃO devem ser feitas:
1 - Qual a equipa de QdC que o Sérgio Costa representa? (o pormenor do tempo verbal é decisivo; perguntar que equipa representou ou está agora a representar já seria admissível)
2 - Qual a actual cotação do NYSE 100 Intl. Index? (o mercado ainda está a funcionar à hora do jogo, e qualquer transacção poderá afectar o valor do índice)
Se estão a pensar que isto não passa de uma bizantinice, erram redondamente. Para o provar, podemos abandonar os exemplos ficcionados e recordar algumas perguntas que já foram efectivamente realizadas no decorrer de jogos do campeonato de QdC. Ora vejamos:
1 - Qual a capacidade da caixa de uma conta gratuita do Gmail? (pergunta efectuada pelo LTN, que o obrigou a improvisar alguns arremedos para a compor; a capacidade vai aumentado progressivamente com o passar dos minutos)
2 - Quais as habilitações literárias do primeiro-ministro José Sócrates? (igual à anterior, com a diferença das mudanças não serem apenas quantitativas - e, nesse caso, tanto aumenta como diminui, como qualitativas; o ritmo da mudança também é mais rápido)
Labels: conselhos úteis, novas oportunidades, Organizadores, qualificar os portugueses
Comments:
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boa memória. mas eu lembro.me da resposta na altura - licenciado em eng. civil e pos-graduado em qq coisa sanitária.
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