Thursday, December 21, 2006

 

O Caso Mamedes

É curioso como uma troca de comentários entre mim e o Paulo Pirolito acerca de eles não serem sub-30 por terem originalmente o Júlio Alves e o Miguel Maia na equipa originou um caso de proporções deste género. Penso que existem argumentos válidos de parte a parte e nessa medida decidi deixar expressa a posição de alguém que não tem qualquer tipo de interesse directo na contenda final ou sobre quem vai ser proclamado campeão 2006 do QdC e que se espera possa contribuir para a decisão final da Comissão Organizadora (C.O.).

Vamos aos factos. Como se pode verificar pelo “team profile” publicado em “post” de 2 de Fevereiro de 2006, no seguimento da entrevista ao Jorge Páramos, constata-se que a equipa Fernandos Mamedes é constituída por 5 elementos originais Jorge Páramos, Sofia Santos, Paulo Jorge, Miguel Maia e Júlio Alves. Não sei se fizeram uso da prerrogativa de inscrever um sexto elemento e isso apenas a C.O. pode esclarecer e pode ser determinante. Ao longo do campeonato dois dos elementos desta equipa abandonaram a mesma definitivamente e um temporariamente. Nestes termos os Mamedes jogaram, pelos menos, os jogos de Abril, Maio, Junho e Julho em incumprimento da regra estabelecida no regulamento, ou seja, sem três dos elementos originais inscritos. Diga-se ainda que para nada releva o que nós aqui no blogue escrevemos sobre a constituição das equipas uma vez que somos meros cronistas do campeonato e não os seus organizadores.

Se aquando da inscrição dos Mamedes o Alex, o Dinis ou o Pedro tiverem sido inscritos como sexto elemento e esse sexto elemento tiver jogado os jogos em que a Sofia Santos não participou o caso Mamedes não tem razão de existir. Caso contrário está-se em violação objectiva do Regulamento.

Passemos então em revista alguns argumentos invocados e no seguimento analisemos a questão fulcral que, a meu ver, está na origem de todo o caso Mamedes e outros casos que se têm verificado ao longo do torneio, ou seja, qual a validade do Regulamento e qual capacidade a capacidade da C.O. para o executar.

“Houve uma equipa que jogou com seis elementos”. É verdade. Verificou-se na primeira jornada e a referida equipa (EVA) pontuou. Contudo o que ainda ninguém disse é que tal procedimento foi sancionado por votação, penso que unânime, da sala, já que a irregularidade se deveu a falta de clareza nas explicação das regras pela C.O.

“Sistema de rotatividade”. Nada no regulamento do QdC impede esta prática. Prática aliás que não só não deve ser censurada, como deve ser encorajada. Porque traz mais gente ao Quiz e porque impede que haja pessoas que fiquem excluídas de jogar quando os planteis são efectivamente de seis jogadores e só podem jogar cinco. Parece-me que alguém que se disponibiliza para ficar grande parte do jogo de fora a ver jogar para entrar só um bocadinho deve ser largamente valorizado e não criticado.

“O Júlio deve ser considerado um membro dos Mamedes”. Este argumento tão pouco pode colher. Ainda que na prática o Júlio tenha estado sempre presente em cada jornada a regra do Regulamento diz claramente que elementos de uma equipa podem jogar por outra equipa desde que haja aprovação das restantes equipas. Tacitamente todos os jogadores do QdC aceitem e concedem que, com o devido respeito, o Júlio é um Mineteiro. Ainda que assim não fosse o Júlio nunca jogou pelos Mamedes no período de ausência da Sofia Santos.

É contudo este argumento que me faz considerar que, pesadas as características do torneio e do desenrolar do mesmo, não se pode considerar a actuação dos Mamedes como uma fraude ao campeonato. Tacitamente todas as equipas tomaram conhecimento da substituição de Miguel Maia e do Júlio Alves, pelo Pedro e pelo Alex. Todas as equipas aceitaram jogar nestas condições jornada após jornada. Todas as equipas deram assim o seu consentimento tácito a que a equipa dos Mamedes se consubstanciou praticamente durante todo o torneio em Jorge, Paulo, Alex e Pedro.

Se por absurdo, e Deus queira que nunca suceda, 4 elementos de uma equipa a caminho de um Quiz morressem num acidente de automóvel e tal equipa tivesse que jogar, inevitavelmente, daí para a frente com apenas 2 elementos originais que maneira teriam de inscrever substitutos? Nenhuma! Porque a C.O. não prevê isto de forma alguma. Penso que é pacífico aceitar que se houvesse um canal pelo qual os Mamedes pudessem desinscrever o Miguel Maia e o Júlio Alves e inscrever o Pedro e o Alex (Talvez uma abertura temporária do mercado de transferencias em Agosto) o teriam feito.

As alterações que se deram na equipa não consubstanciam uma batota nem uma forma de aumentar a qualidade da equipa (sem desprimor para o Pedro e o Alex que muito contribuíram para a vitória dos Mamedes) mas de proceder a uma mera alteração necessária e ditada pela força das circunstâncias. Um caso de força maior.

Falemos claro. Não é nada difícil elementos das equipas zangarem-se uns com os outros por perguntas que este ou aquele falhou, por exemplo. Nesses casos que fazer? A C.O. tem o dever de clarificar. Tem que sugerir soluções e propô-las à comunidade QdC. E não tendo disponibilidade ou falta de membros (e eu sei o que é isso, pois nem sempre tenho tempo para manter o blogue) deve pedir ajuda como bem se anuncia agora. Existe entre nós, pelo menos, uma futura magistrada a quem poderia ser confiado o papel de “Conselho de Justiça”. Seria uma fiscalização mais apertada que permitiria por exemplo analisar a folha com as perguntas no final do jogo para que se acabem de vez com as suspeitas que se levantam sobre os jogos de certos organizadores.

Em suma, penso que é claro que a C.O. necessita reformular o regulamento. Aqui deixo a promessa de produzir antes do jantar de encerramento um documento que pode seguir de base a um futuro regulamento, mais claro e com o benefício da experiência acumulada de um ano de QdC. Esse é outro dos motivos pelo qual me choca penalizar os Mamedes ou qualquer outra equipa, num ano que, no fundo, foi de experiência e descoberta. É certo que os regulamentos são para cumprir e que o incumprimento de uns não deve servir de argumento ao outros, mas num torneio em que nem tudo correu bem, saibamos colher estes ensinamentos para a próxima edição.

Luis Nunes

Comments:
Olha, ó tirapicos, e quanto ao cambalacho que foi o jogo organizado pelos mamedes? Ou não achaste nada de estranho nesse jogo?
 
Caro anónimo. A minha opinião sobre o jogo de Novembro não é importante neste momento.

O que interessa dizer é que se se levantam suspeitas de um organizador escolher perguntas, que a C.O. tenha a iniciativa de verificar a folha das mesmas até para defesa do próprio organizador. Contudo quem levantar as suspeitas que dê a cara no momento e exija um apuramento da verdade.

Tudo o resto é especulação.
 
Bem dito Luís. A questão que me traz a esta caixa de comentários nada tem que ver com estas polémicas. O meu nome completo é Rogério Luís Rodrigues da Silva Nogueira Costa. Aceito qualquer um destes nomes ali naquela poll das feras dos torneio. Alves é que não me parece nada bem, sem desprimor para o Júlio e tampouco para o bastonário da tua ordem.

Um abraço,

Rogério
 
meu caro luís tirapicos, parece-me ser mais fácil Deus descer à terra que a comissão organizadora tomar alguma decisão...
 
...melhor dizendo: ...que a comissão organizadora tomar alguma VEZ alguma decisão...
 
"Não é nada difícil elementos das equipas zangarem-se uns com os outros por perguntas que este ou aquele falhou, por exemplo."

Tem de ser difícil. Se fosse fácil, há muito que teria cortado relações com o senhor Silva Nogueira.
 
Difícil por essa razão, entenda-se.
 
Zé Pedro, calhava-te bem responderes à entrevista em stand-by para aproveitares esta maré alta de audiências.
 
Luís, não concordo muito com esta parte,

"Seria uma fiscalização mais apertada que permitiria por exemplo analisar a folha com as perguntas no final do jogo para que se acabem de vez com as suspeitas que se levantam sobre os jogos de certos organizadores."

porque acho que iria desvirtuar o jogo em si como uma forma de diversão e competição animada, e isso é o mais engraçado neste campeonato, não?

O quiz é apenas uma brincadeira, e medidas destas (juntamente com as desconfianças inevitavelmente implícitas) iriam tirando pouco a pouco a piada ao jogo. E digo isto sabendo que se o tivessem feito no meu jogo não teria de ter aturado os descabidos comentários sobre a "escolha das perguntas" que tanto me moeram a paciência. A solução para situações destas deve passar mais pelo comportamento dos próprios jogadores do que pela CO... Só a minha opinião.
 
Tens razão Rogério e peço desculpa. Não é que não tivesse dado pelo erro, mas quando dei por ele já havia votações a decorrer.
 
Sofia, suspeitas como as que cairam sobre ti tendem a repetir-se. Talvez não fosse mau que elas fossem cortadas à nascença.

Mas concordo que cria mau ambiente. talvez coma prática ninguém mais se lembre de levantar suspeitas e a coisa acabe.
 
Ah bom! A menina sofia não concorda com fiscalizações. Pudera!!
Minha cara menina, o quiz é uma brincadeira, é certo. Recordo-lhe no entanto que mesmo nas brincadeiras deve haver honestidade. Você não é honesta! E devia conhecer o velho ditado: "à mulher de César, não basta sê-lo..."
 
Jorge, és tu o Mikas?!
 
Não, o Mikas é o Mikas. É também atrasado mental. O Jorge é o Jorge. É também namorado da Sofia.

E, já que o Mikas até tem nome, decorre das características atrás expostas que o Jorge sente-se à vontade para mandar o Mikas auto-sodomizar-se com um ananás. De lado: "Oh Mikas -- não basta sê-lo, é preciso metê-lo".
 
Luís, já não consegues alterar o nome na sondagem?
 
Está alterado
 
Ó jorge, para ficar à tua altura (à altura da tua má educação, bem entendido), teria que descer ao teu nível...
 
Tal como o autor, não tenho interesse, directo ou indirecto, na contenda (infelizmente, nem sequer jogo quiz, sou apenas leitor do blog). Porém, parece-me que não colhem os argumentos aqui introduzidos.

Fazendo uso de uma linguagem simplificada: se bem entendo, os Mamedes são acusados de uma infracção regulamentar, não de um crime. Aí sim, na formação da tipicidade, caberia uma avaliação da culpabilidade do comportamento. Pont parece que, por outro lado, nunca se poderá sobrepor ao espírito da lei a concordância tácita nas suas violações, por muito repetidas que sejam.

Admitindo, como mera hipótese de trabalho, que o disposto pelo legislador pode ser ultrapassado pelo "consenso social" e que este poderá ser interpretado como uma desobrigação da ilicitude das infrações, então há muito que neste país de nada serviriam peças como a legislação fiscal ou o código da estrada (ou, indo à actualidade, nem seria necessário o vindouro referendo sobre o aborto).

Por alguma razão os tribunais não estão sujeitos ao poder democrático - a maioria pode decidir, com limites, que leis quer; nunca eximir-se, casuisticamente, de as cumprir.

Posto isto, devo dizer que nestas circunstâncias seria injusto penalizar a equipa que mais pontos acumulou. O direito não deve prevalecer sobre a justiça.

Desculpem esta intromissão.
 
Oh Mikas, das duas uma: ou estás a gozar, e aí também eu, ou estás a falar a sério, e aí também eu. A minha rudeza contrapõe-se à tua cobardia, ao acusar sem provas ou tino. Tivesse eu uma bengala, e o século dois inteiros a menos, e resolvia-se tudo à moda do Eça.
 
Zé Pedro, a do novo quiz no espaço Ágora.
 
Não devo emitir opinião sobre este assunto, por razões éticas, mas confesso que já houve comentários que me fizeram recordar saudoso, as queirosianas bengaladas.
 
recordar vírgula saudoso
 
Olá Gabriel, não tem nada que pedir desculpa. Sem me ater ao caso em concreto (vide supra): - convém limar de dúvidas, na medida do razoável, a factualidade; - a positivação das disposições legislativas raramente é susceptível de interpretação única; - é prática a adução de hipóteses caso não mereça colhimento a primeira linha de argumentação.
 
Não creio que a nossa troca de comentários tenha originado qualquer protesto. Nem quis afirmar que tinha algo contra o sistema de rotatividade ou a utilização de 6 elementos por uma equipa, apenas quis dizer que foram situações onde não tinha havido qualquer intervenção da CO (embora talvez não esteja correcto na segunda situação).

Continuo a afirmar é que se o Júlio é uma transferência autorizada temos direito de inscrever outro jogador no seu lugar. Utilizo como tu a fonte blog para me basear neste pressuposto.
 
O que é mais ridículo no meio disto tudo é que o campeonato nem tinha prémios monetários! O que seria se tivesse! Já estava tudo no hospital. Curiosamente os membros da equipa mais gamada são os que menos protestam. Gandas tótós!
 
És um brincalhão Zé Pedro. Há muito tempo que és uma espécie de carpideira de serviço dos fósseis (embora divertida). Obviamente não me referia a vocês!!
 
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