Friday, March 31, 2006

 

Notícia Explosiva

Notícia explosiva - e há muito aguardada: Júlio "o Papa do quiz" Alves, está de regresso às lides. E numa nova Catedral: o belíssimo, histórico e muito rive-gauche bar do Teatro A Barraca. Um relvado em excelentes condições para que, às segundas-feiras, e já a partir do dia 3 de Abril, todas as equipas da nação quizzistica possam mostrar o que valem. Conforme prometemos, o QdC apresenta, em rigoroso exclusivo mundial, as primeiras declarações de Júlio Alves antes do regresso ao activo.

Júlio, estás contente com a solução que encontraste para os jogos de quiz?
Ao que sabemos a Barraca foi a primeira opção....
Já há algum tempo que eu tinha reparado que o bar da Barraca era uma casa onde fazia todo o sentido existir uma noite de quiz. Portanto, assim que me afastei do bar Quiz entrei , com a colaboração de uma grande amiga, em contacto com o gerente do referido bar que mostrou desde logo todo o interesse em colaborar comigo na realização de um quiz semanal.

Apesar da tua longuissima experiência, algum nervoso miudinho com esta nova aventura?
Claro que sim. Apesar de já andar a pisar palcos há 18 anos como músico, dj ou a apresentar o jogo, sempre que se aproxima uma apresentação ao público sinto algum nervosismo que acába por se transformar em prazer quando corre tudo bem. Acho que em qualquer situação de prazer o nervoso miudinho tem de estar presente no cocktail emocional.

Julgas que poderás, com esta mudança, conquistar novos públicos?
Penso que o público da Barraca, devido à forte vertente cultural deste bar, não ficará alheio a uma noite de quiz.

O jogo manter-se-á nos mesmos moldes ou haverá alguma inovação? Sabemos que a velha questão do final tardio do jogo poderá ficar resolvida.
Estão previstas duas mudanças em relação ao modelo clássico: o jogo vaí começar ás 22h e, devido á organização da sala, as equipas serão de apenas 4 elementos.

E quanto a prémios, vai haver? E o preço das bebidas, será superior aquilo que os teus fiéis estão habituados? O prémio vai ser o valor das inscrições em consumo dividido 30/70 entre o 1º e 2º classificados. Os preços das bebidas são iguáis aos praticados no quiz por exenplo a imperial custa €1,50.

Ou seja, doravante, teremos jogos à segunda-feira e a partir das 22.00. Algum conselho adicional que queiras deixar?
Na nova casa existem aproximadamente 60 lugares sentados. Por isso é aconselhavel chegar cedo apesar de haver muíto espaço no balcão. Em todo o caso não está posto de parte o aumento do número de lúgares caso se justifique. Alem disso estou a tentar desenvolver um novo formato mais dinãmico que espero poder testar dentro de algumas semanas num espaço com outras caracteristicas e noutra zona de lisboa.

Finalmente, quanto ao campeonato de quiz de cascata, os Mineteiros continuam a não apresentar resultados. Ainda estás em fase de adaptação?
A minha nova equipa apresenta sérias fragilidades que justificam um reforço que tarda em surgír. Mas acima de tudo e sabendo à partida que não temos meios de lutar pelos 1ºs lugares o prazer em jogar e disfrutar deste convívio mensal é sempre mais importante que qualquer instinto competitivo.


E enquanto membro da comissão organizadora, algum comentário às polémicas, quase tumultuosas, que têm existido? Não existe o quiz perfeito e quem já tentou sabe as dificuldades que teve de enfrentar. Não é nada facil manter o sangue-frio quando os ânimos se exaltam e alguns jogadores perdem a tramontana. Esta actividade tal como muitas outras não sobreviveria sem algumas polémicas apesar de alguns dos nossos ilustres cúmplices do conhecimento desnecessário caírem em excessos que acabam por provocar algum mau-estar entre as equipas e muito desconforto em quem está à nossa frente a dar o seu melhor.

Portanto, caros quizzers, fica este agradável notícia: já a partir de dia 3 podemo-nos voltar a encontrar num espaço novo onde poderemos disfrutar o nosso passatempo favorito possivelmente com a colaboração de uma cara conhecida das nossas noites no "malfadado" bar Quiz.

Monday, March 27, 2006

 

Entrevista com António Pascoalinho


Continua a escalada de polémica e agitação no campeonato de quiz de cascata. A experiência de João Silva e António Pascoalinho como organizadores parece ter funcionado ao contrário e, decorridas três jornadas, os Cavaleiros do Apocalipse apresentam fortes razões de queixa. A terceira jornada foi marcada por várias queixas desta equipa, e, em menor grau, de outras. Sobre estes e outros assuntos, felizmente menos polémicos, fomos ouvir António Pascoalinho, um dos membros da comissão organizadora e histórico do quiz de cascata, o organizador deste terceiro jogo. E não o poupamos às questões mais incómodas, mesmo provocatórias, a que Pascoalinho respondeu sempre com elegância e elevação - uma entrevista parar ficar na história, de leitura e releitura obrigatórias.

Pascoalinho, após terem passado alguns dias, já terás feito o balanço. Satisfeito com a forma como te correu o jogo?
Em perto de 200 perguntas, tive duas e meia erradas: de facto, não foi Gerd Muller em 1974 quem marcou golos em todos os jogos de fases finais do Mundial, já que a RFA perdeu então 1 jogo (1-0) contra a R.D.A. Muller marcou em todos onde a R.F.A. facturou, mas não nesse. A resposta certa seria Jairzinho em 1970. Peço desculpa pelo engano, pois fiei-me num site pouco credível. O mesmo se passou com a Jane do Tarzan que era Porter e não Parker e com os J.O. Inverno que tinham várias respostas possíveis. De resto, tentei ser original e criativo e estou satisfeito pelo resultado final.

O jogo foi marcado essencialmente pelos temas música, cinema e desporto. A que se deveu essa decisão?
Dentro de um universo generalista, que considero que a minha prova teve, é evidente que “puxei” mais pelos temas que me são gratos. Para além do gosto, há imensas perguntas que um organizador consegue fazer, só olhando para a sua biblioteca, dvdteca ou discoteca, o que facilita de imediato o aumento do número de perguntas feitas.

Julgas que no cômputo geral o jogo agradou às equipas?
Tive felicitações de 5 ou 6 equipas, mesmo de 2 que não chegaram à final. Por isso, a resposta terá forçosamente que ser SIM.

Aquelas perguntas das letras de canções funcionaram bem?
Quase todas as equipas acertaram na sua, pus mesas a cantar, e o tema agradou na generalidade. Houve uma equipa que não teve letra porque faltou a equipa 3 e eu perdi-me na divisão das perguntas das letras. Mas como essa equipa acertou a pergunta que lhe calhou em vez da letra, acho que por aí não houve problema.

Estavas à espera de um índice de respostas maior? Ou contavas com pontuações relativamente baixas?
Exceptuando o nível 3, esperava de facto um índice maior nos níveis 1 e 2.

O QdC auscultou vários elementos presentes no teu jogo. Uma das críticas mais repetidas tinha como alvo a terceira parte. Resumidamente, foi sublinhado que o terceiro nível deve privilegiar a alta cultura e não tanto perguntas, que sendo díficeis, são meros fait-divers culturais – uma das mais referidas foi a das flores da Rússia. Que te parece?
A alta cultura (whatever that means), resume-se a perguntas de nível superior a que só os especialistas no tema dessa pergunta conseguem chegar. Ao entrar pelo que chamas “fait-divers”, recuperei um modelo iniciado pelo João Silva que consiste em lançar uma pista através da pergunta abrir um leque de respostas possíveis e engraçadas que animam a audiência. Se pusesse uma questão de cirurgia ou sobre a Teoria da Relatividade, só médicos e físicos conseguiriam acertar e as outras equipas diziam logo “PASSO”. Prefiro uma sugestão, ainda que errada mas muitas vezes divertida, a um “PASSO” seco e desmoralizado.

Não achas que foste vítima de uma espécie de solispsismo quizzistico, nesse terceiro nível? Não cedeste à tentação do “olhem que perguntas engraçadas eu consegui desencantar, vão fartar-se de rir com a resposta”?
Havia 3 perguntas dessas: a da Rússia, os duelos no Paraguai e os Correios do Canadá. 3 em 36 não me parece excessivo. E, com o trabalho que um quiz dá a organizar, uma vez que esse tipo de perguntas não beneficia nem prejudica nenhuma equipa em especial, acho que também tenho direito a divertir-me.

Também muito referido o nível de dificuldade da pergunta: achas que a do Michael Moore ou a da Coca-cola eram de nível 3?
Na da Coca-Cola, talvez tenha pecado por dizer a data, mas não adivinhei que todos os presentes sabiam aquilo do “xarope para curar o corpo e a alma”. Que cultos vocês são! Quanto ao Michael Moore, será que o “Brancos Estúpidos” está assim tão divulgado?

Uma das reclamações referia-se ao apelido da Jane do Tarzan. Numa pesquisa feita pelo QdC, verificamos que em todos os livros de Edgar Rice Burroughs e na maioria dos filmes, o apelido é de facto Porter, como responderam os Cavaleiros. Aliás, basta uma pesquisa no google com “tarzan jane porter” para o verificar. Isso não foi um erro de palmatória?
Deu-se então o caso de mais uma vez a minha fonte não ser fiável. Mas durante o jogo, não senti nenhum protesto na altura! Como aconteceu no Gerd Muller, e já que a minha postura sempre foi de fazer uma pergunta nova QUANDO A MAIORIA DAS EQUIPAS DETECTA UM ERRO, tê-lo-ia feito. Mas, repito, ninguém protestou na altura. Os Cavaleiros QUASE que tinham a certeza de que era Porter e não Parker mas só depois de consultas tiveram a certeza.

Mas em anteriores casos, quando houve dúvida, repetiste a pergunta, ou deste os pontos. Por exemplo, no caso do Muller. Existindo reclamação, repetiste. Porque não adoptaste o mesmo critério?
Se te referes à Jane, repito que o protesto de uma só equipa não me leva a repetir. No Gerd Muller, foram várias as vozes. E além disso, caramba, eu li a resposta num livro! Até prova em contrário, não costumo duvidar do que leio! E imagina que cada equipa, mas só 1 de cada vez, começava a dizer que a sua pergunta estava errada, sem mais ninguém na sala corroborar. Deveria o organizador repetir sempre?


Vejamos o caso da brontologia. Não adoptaste um critério desigual quando, no caso do funambulismo, disseste “bem, não é o mesmo que está no dicionário, mas é muito parecido vou aceitar”, e depois, nesse caso: “bem, é muito parecido com o que está no dicionário, mas não sendo exactamente o mesmo, não vou aceitar”?
Funâmbulo ou funambulista são sinónimos.

Mas brontofobia está definido pela OMS como o “medo irracional de travões e relâmpagos”. Em relação à brontologia existem referências cruzadas. Basicamente, quem estuda relâmpagos estuda trovões, que são apenas manifestações do mesmo fenómeno físico. Um cientista que se dedica ao “study of lightning” é um brontólogo – como a palavra tem origem etimológica no grego, brontos –do barulho do trovão. É por isso que nos dicionários linguísticos aparece apenas a referência a trovões.
Tal como brontossauro é um “lagarto que faz barulho”, devido, como bem dizes, ao sufixo grego, também a brontologia vem definida no Gr. Dic. Porto Editora como “estudo dos trovões”. Se a inerência de haver sempre um trovão a seguir a um relâmpago é assim tão evidente, e até concordo, porque é que a equipa não respondeu “relâmpagos e trovões”? Isso acabaria de vez com as dúvidas.

Não achas que no mínimo, não querendo considerar a resposta como certa, como tinhas feito noutros casos, deverias ter concedido que havia uma dúvida razoável e repetido a pergunta?
Não, pois como já disse, a pergunta foi feita a partir de um dicionário, esse sim fiável, e portanto não me ocorreu que pudesse estar errada. E aliás, continuo a achar que não está.

Mas qual a diferença para o caso do goleador dos mundiais? Aí também disseste que viste no site da FIFA e portanto tinhas a certeza da resposta. No entanto, como a equipa reclamou, repetiste a pergunta. Porque mudaste o critério?
Repito que a diferença está num côro de equipas a protestar em relação a uma só. 4 equipas a falar deixam qualquer organizador a pensar “se calhar enganei-me”. Uma só, é apenas um interlocutor com outra opinião.

E convenhamos, não é uma pergunta muito difícil para o nível dois? Afinal, num ensaio sobre o famoso Dicionário do Diabo do Dr. Samuel Johnson (recentemente editado em Portugal, numa excelente tradução), podemos ler este trecho: “while Johnson makes space for words that were (and are) extremely obscure, from scientific terms (ophiophagous, brontology) to Shakespearean insults (jolthead, garlickeater)”.
Raios, coriscos e trovões para quem se dá ao trabalho de procurar tanto sobre uma palavra. Será que “brontologia” é da tal “alta cultura” sugerida para nível 3?

Recorrendo ao google, as referências a brontologia na net portuguesa, são zero. Aliás, em páginas de língua portuguesa, ou seja incluindo, por exemplo as brasileiras, não há nenhuma – poucas palavras de língua portuguesa se podem orgulhar do feito. Achas que o significado de uma palavra que não tem uma única referência na net é de nível dois? Relembro que foi nesse nível que fizeste perguntas como a do Óscar Wilde ou a dos pilotos da SuperAguri, participantes numa das provas desportivas de maior audiência do mundo. Por exemplo, Takuma Sato, tem 26.000 referencias em páginas em português e 742.000 no total.
Repito que essa pergunta foi feita atrvés de um dicionário, e não pela net. E lá por haver milhares de refrências a um determinado nome, quem me garante que as equipas já ouviram falar nele?

Bem, mas no caso da Jane Porter, admites que, de facto, a resposta estava certa. A reclamação dos Cavaleiros tinha razão de ser e deveriam ter ficado com o ponto, certo?
Isto está a ficar repetitivo. Uma só equipa a discordar é apenas uma opinião!

Mas houve outros casos: o dos jogos olímpicos de Inverno, por exemplo. Se nesse caso, por terem colocado em causa a tua resposta, fizeste uma nova pergunta, porque não repetiste o critério com os Cavaleiros?
3ª repetição. 4 equipas levantaram-se a invocar o meu erro! É diferente!

Mas todas estas questões acabaram por ser problemas menores face à grande agitação provocada pelos U-boats. Uma primeira questão: manterias a decisão?
Com erros ou não, procurei apenas ser justo. Por isso, SIM, manteria a decisão!

Mas qual é a diferença objectiva entre esse caso e os outros. Por exemplo, no das castas de uva, acabaste por resolver não aceitar a resposta dos Ursinho. Ou seja, a uma pergunta bem feita, os Ursinho responderam mal. Como te precipitaste, repetiste a pergunta. Por que não a repetiste para a equipa a seguir aos Ursinhos, que relembro, tinham respondido mal?
Já que a diferença é, como dizes, objectiva, relembro que nos U-Boats eu não dei oportunidade à 3ª equipa de responder, depois das 2 primeiras terem respondido mal. A equipa dos Mamedes deu um nome muito parecido foneticamente com a resposta certa, eu pedi para repetirem, começou tudo aos berros (não percebo porquê) e eu acabei por dar a resposta certa durante a argumentação. A equipa Lagartixa não tinha chegado a responder mal, com fez a Laranja Mecânica a seguir aos Ursinhos na pergunta das castas. Por isso, objectivamente, as situações são diferentes.

E no caso do marcador dos mundiais? A pergunta estava bem feita, tal como a das castas e dos U-boat, e a equipa respondeu, mal, Gerd Muller, quando a resposta certa é Jairzinho. Porque teve essa equipa direito a uma nova pergunta para eles e os Cavaleiros não?
Porque, obviamente, não há elementos de consulta na Academia. O site (e especifico que era um site de curiosidades FIFA e não o oficial) dizia Gerd Muller. Se eu desconhecia, e desconhecia mesmo, outra resposta possível, porque é que a ia considerar correcta e não formular outra?

No início do jogo deste uma explicação acerca do formato das perguntas. Justificaste a ausência de pontos finais numa perspectiva da tradição, da praxis, inclusive anterior aos quizzes da Ajuda e do Afonso de Albuquerque, no fundo, na consuetudinariedade. Uma pergunta para sim ou não: em todos os muitos quizzes em que já estiveste, alguma vez tinhas visto uma pergunta ser repetida não para a equipa para onde era directa, mas para uma equipa a meio da cascata?
Não. Mas visto não haver “regulamento interno” do QdC e apenas “estatutos”, agi em prol da MINHA justiça. Talvez tenha feito jurisprudência nesse caso!

Sem discutir qual o método mais justo, admites que não só introduziste algo que nunca tinha sido visto em toda a história dos quizzes de cascata, mesmo em situações similares, e que mudaste o critério a meio do jogo?
Quando houver um regulamento escrito, e para o qual espero que todos opinem à anteriori e não à posteriori, então falaremos!

Feito o balanço de todas estas questões (Jane Porter, brontologia, u-boat) é forçoso concluir que os Cavaleiros se viram impedidos de passar à terceira fase, e, eventualmente ganhar o jogo, devido a terem sido adoptados critérios diferentes?
Já dei a mão à palmatória quanto à Jane, já expliquei a minha ideia de brontologia. Não dou razão nos U-Boats, visto que, e isso é que é inegável, os Cavaleiros responderam “Uber” ou seja, errado ,a essa pergunta!

Uma pergunta muito objectiva, para sossegar almas mais viperinas: prejudicaste intencional e propositadamente os Cavaleiros para beneficiar a tua equipa, que disputa com eles a liderança da classificação?
Uma pergunta dessas, sendo eu amigo pessoal de alguns dos Cavaleiros, é mesmo das tais que nem merece resposta! Sinto mais má-fé por parte do entrevistador do que da equipa, sorry! E, só para sossegar as tais almas viperinas, achas que se eu não dei qualquer resposta à minha equipa, iria depois anular respostas certas de outras equipas só por má-vontade? Vê-se bem que não me conheces, nem imaginas o quanto eu gosto deste jogo!

Mas achas que podes ter sido vítima daquilo que os psicólogos sociais chamam “o enviezamento positivo a favor do grupo”, uma atitude inconsciente que assenta em percepções de defesa do próprio grupo face às ameaças mais eminentes? Psicólogos presentes no jogo defenderam esta tese.
Não fui vítima de nada, a não ser desta entrevista. Erros acontecem, SHIT HAPPENS. Estou cá para dar a cara pelos meus quizzes, hei-de organizar mais e, se Deus quiser, hei-de voltar a falhar. É prova de que sou humano, mas também amigo de todos e amante deste jogo. Ridículo é o trabalho exaustivo que foi feito à procura dos meus erros, QUE EXISTIRAM, quando os Cavaleiros só não foram eliminados no nível 1 por 1 ponto, depois de falharem 3 golos de baliza aberta e 2 penalties. É tão fácil dizer que a culpa é do árbitro!

É que já no penúltimo jogo os Cavaleiros foram prejudicados e impedidos de chegar ao segundo lugar devido a um erro do organizador, como tu próprio reconheceste. Achas que esta sucessão de erros sempre em prejuízo da mesma equipa tem sido mero acaso?
Isso é verdade! O importante é perceber que os elementos de consulta não estão disponíveis nas noites de jogo e, portanto, a muita razão que os Cavaleiros têm ÀS VEZES, não pode ser confirmada in loquo. Concordo que é azar ser prejudicado 2 vezes, tal como o Benfica contra a Naval. Mas também fomos beneficiados em Vila do Conde. Os Cavaleiros também o serão, e espero que então também falem. As contas fazem-se no fim do ano, mas tomo a liberdade de lembrar aos Cavaleiros que, repito, são meus amigos, uma verdade que estranhamente eles parecem esquecer: ISTO É APENAS UM JOGO!

Uma área de estudos da sociologia é a do “topdog hate”. Basicamente, defende que existe, devido à atracção por um determinado sentido de justiça que favorece o igualitarismo e o favorecimento dos mais fracos, uma certa tendência para apoiar os mais fracos em detrimento dos mais fortes. Os exemplos vão desde a disseminação do ódio anti-americano (que noutros tempos era anti-britânico, quando o Reino Unido era a nação mais poderosa do mundo), até ao facto de a generalidade das pessoas apoiar, quando neutras, as equipas mais fracas num jogo de futebol, relembremos o apreço que merecem os tomba-gigantes nas taças. Sendo os Cavaleiros a equipa mais forte, julgas poder ser isto, uma espécie de síndrome de Robin Hood, que explica a situação?
Obrigado pela análise sociológica. Mas, até prova em contrário, com que direito é que os Cavaleiros se auto-intitulam “equipa mais forte”?

O Robin Hood ainda é um herói no imaginário colectivo, apesar de roubar. Os organizadores dos jogos, podem, inconscientemente, estar a sofrer desse sintoma?
Ninguém rouba inconscientemente. Como já te afirmei que não o fiz de propósito, que mais posso dizer?

Achas que os Cavaleiros, nomeadamente o Rogério, o Fred e o Hugo, poderiam ter sido mais contidos nos protestos, até para não prejudicar o andamento do jogo?
As acções ficam com quem as pratica.

Segundo um membro dos Cavaleiros, as razões assentam naquilo que no futebol alguém cunhou com a frase “quem não chora não mama”. Ou seja, caso tivessem sido mais veementes nos protestos aquando da situação dos pilotos de Formula 1, isso poderia ter evitado as situações no teu jogo. No mínimo, terias repetido perguntas para eles, como fizeste com outras equipas, quando diziam que a tua resposta estava errada. Concordas?
Já disse que, desde que várias equipas digam que há erro, EU repito sempre a pergunta. Sobre outros organizadores, nada sei.

O João Silva, após os erros que cometeu, auto-suspendeu-se da realização de jogos até ao fim do ano. Irás adoptar a mesma atitude?
Não, de todo. Estarei sempre disponível para fazer um jogo, nem que seja para garantir que há jogo em meses onde não haja organizador disponível. Pretendo apenas que o jogo não morra, nada mais! Mas, apenas e só pela lógica, gostaria de ver cada equipa a organizar um jogo, o que significaria que eu não faço mais nenhum este ano. A ver vamos!

Para evitar mais situações destas, que hipóteses vês: que quando surge uma polémica, a comissão organizadora faça uma reunião ad-hoc para a resolver; a existência de meios de consulta, idealmente uma ligação à Internet no local; a definição pela comissão organizadora de critérios que não possam ser alterados à vontade do organizador de cada jogo, como aconteceu no teu caso. Parecem-te exequíveis? Se sim, qual preferes?
A presença da internet seria muito útil. E, em caso de erro, a pergunta seria anulada. Mas, se a pergunta não tiver erro, que tal retirar 1 ponto a quem protestou e continuar a cascata na equipa onde se interrompeu?

Há quem defenda que os últimos cinco jogos do campeonato devem ser organizados por elementos estranhos a equipas que estejam a disputar lugares do pódio. Achas bem?
Acho muito bem, desde que os 5 sejam diferentes.

A comissão organizadora irá tomar alguma posição face a estas sucessivas situações que têm prejudicado os Cavaleiros?
Nenhum regulamento foi infringido, portanto a resposta é NÃO, apelando apenas ao bom-senso e cuidado na formulação de perguntas dos futuros organizadores.

Se os Cavaleiros perderem o campeonato por um ponto, dormirás de consciência tranquila?
Isso só provará que, afinal, não eram a melhor equipa! E eu só durmo mal quando o Benfica perde!

Duas últimas perguntas: valeu a pena fazer este quiz?
Vale sempre a pena contribuir para uma noite passada à volta de um jogo de que todos gostamos.

Finalmente, estás satisfeito por a tua equipa já liderar o campeonato?
Claro que sim, embora isso implique que vamos ficar “entalados” e não nos vão chegar cascatas no próximo jogo! Mas, tal como já fizémos em Janeiro quando ficámos em 7º, não viémos a público dizer que a culpa era do árbitro!


Obrigado António Pascoalinho por esta excelente e dura entrevista.
Sempre ao dispôr. “Quem não deve não teme”. Só espero que o blog se mantenha tão atento aos próximos quizzes como este ao meu. Bem haja, senhor entrevistador!

Thursday, March 23, 2006

 

Baixa de Peso nos Fernandos Mamedes

Começa o assédio das grandes potências europeias ao quiz nacional. O QdC, sempre atento ao mercardo, avança aos seus leitores que uma das mais destacadas jogadoras do panorama nacional chegou a acordo com uma equipa estrangeira. Falamos de Sofia Santos, que tinha vindo a ser elemento em destaque na super-equipa Fernandos Mamedes e recentemente protagonista de uma entrevista neste blog. Depois da saída de Júlio para os Mineteiros por divergências financeiras, os Mamedes não conseguiram resistir ao peso das libras esterlinas e ficam obrigados a nova remodelação na equipa, cada vez mais enfraquecida - como já se fez sentir na última jornada. No entanto, ao que apuramos, a transferência não se processa a título definitivo mas apenas por empréstimo, com a duração de 6 meses. Para tal foi decisiva a vontade de Sofia que não quis deixar de ter a oportunidade de auxiliar os Mamedes na fase decisiva do campeonato. Na Escócia, Sofia Santos representará a aristocrática equipa de St. Andrews, onde procurará fazer esquecer um ilustre antecedente, neste momento a disputar a coroa real britânica. Alguns adeptos locais já mostraram grande confiança no reforço vindo de Portugal, esperando uma produtividade similar à do saudoso Jorge "he puts the ball in the netty" Cadete. Em seu nome e no de todas as equipas o QdC deseja as maiores felicidades à Sofia nesta sua aventura pelas Highlands. Apenas em nome de todas as equipas, deseja também que as visitas do Jorge Páramos coincidam com os jogos do campeonato, porque então é que começavam a ficar mesmo fraquinhos.

Tuesday, March 21, 2006

 

Estatísticas

Mais Pontos no Campeonato: Fósseis (18)
Menos Pontos Campeonato: Pato Lino, Mineteiros e Laranja (0)
Mais Pontos no Total: Cavaleiros (99)
Menos Pontos no Total: Pato Lino (24)
Mais Cascatas Apanhadas: Mamedes (28)
Mais Perguntas Directas: Cavaleiros (31)
Mais Vitórias: Fosseis, Cavaleiros e EVA (1 cada)
Mais Pontos no Nível Fácil: Ursinho Bobó (36)
Mais Pontos no Nível Médio: Cavaleiros (36)
Mais Pontos no Nível Difícil: Cavaleiros (19)
Mais Presenças na Final: Lagartixas (3)
Mais Pontos na Parte Escrita: Mamedes (21)

 

Toda a verdade sobre Pato Lino


O desaparecimento copperfieldiano da equipa Patolino na segunda jornada do campeonato suscitou especulações para todos os gostos. Consciente do seu dever de informar e esclarecer, o QdC, na melhor tradição da reportagem de investigação, colocou em campo uma extensa e valiosa equipa. Enfrentamos peripécias várias, obstáculos traiçoeiros, manobras de contra-informação. Mas os mistificadores falharam, e o QdC foi bem sucedido. Orgulhosos do nosso trabalho, trazemos aqui toda a verdade.

Quais foram então as razões para a equipa Patolino, que tem como patrono o esteta e diletante António “Patolino”, coadjuvado pela sua esposa Ana, Patrícia, Maria, a experiente Elsa e o incontornável Vitoriano, ter, após uma primeira jornada miserável, efectuado uma prestação ainda pior na segunda, com a ausência, total ou parcial, de quase todos os elementos da equipa, e uma debandada absoluta após a primeira parte, sem sequer recolherem o prémio?

Face à nossa investigação, as teorias conspirativas desmoronam-se. A explicação é, como quase sempre, a mais simples possível. O velho Occam sabia o que dizia. Em rigor, o que aconteceu, foi isto: António e Ana, não estiveram presentes na segunda jornada por, citamos os próprios, “razões de ordem pessoal”. Também Elsa, outro elemento fulcral na equipa, esteve ausente. Neste caso, deveu-se a, garantiu-nos, “motivos pessoais”. Posto perante estas ausências, Nuno Vitoriano acabou por convidar Filipe para reforçar a equipa, e foi com estes quatro elementos que enfrentaram a segunda jornada do campeonato. No entanto, logo após a parte escrita, o mesmo Vitoriano viu-se compelido a abandonar o jogo, mas no que lhe toca devido a, segundo o próprio, “questões pessoais inadiáveis” De seguida, por uma infeliz coincidência cósmica, também Maria Martins é forçada a abandonar a equipa. Contudo, o seu abandono teve por base, ipsis verbis, “razões pessoais”. Ou seja, a equipa ficou reduzia a Patrícia e Filipe. Apuramos que este se manteve no jogo até ao fim da primeira parte com sacrifício próprio e a pedido da primeira, já que “compromissos pessoais” o obrigavam a sair o mais rapidamente possível. Assim que chegou o intervalo, e após falar com o organizador, abandonou a Academia. Já Patrícia, vendo-se isolada, abdicou de um lauto repasto de queques e moscatéis e opta por não assistir ao desenrolar da jornada. Na base desta decisão estiveram, apuramos, “razões de índole pessoal”.

Como vêem, ficou tudo esclarecido e não há nada de suspeito em toda esta questão. Vozes pérfidas e insinuantes, com intuitos meramente polemistas, quiseram lançar poeira para o ar, aventando que, após a péssima prestação da primeira jornada, António, Ana e Elsa não quiseram arriscar nova vergonha e por isso optaram por uma pausa estratégica. Ou que Vitoriano, sabendo-se sem o suporte destes três elementos arrastou Filipe para o jogo na tentativa de salvar a face, e que após ter marcado apenas um ponto na parte escrita, percebendo que nem isso chegaria, resolve debandar camufladamente. Que, estando as coisas nesta ordem, Maria optou por sair a ter que anunciar sucessivos “passo”. E que Filipe e Patrícia, confrontados com um pecúlio final de quatro pontos, preferiram não ter de enfrentar eventuais (mas improváveis, claro) olhares trocistas e saíram ainda antes do anúncio dos resultados e da entrega dos prémios. Pois que se calem. O QdC trouxe à luz a verdade e afastou estas sombras malignas. E na próxima jornada lá teremos os Patolinos, prontos a arrancarem uma posição consentânea com a sua sabedoria e experiência.

PS – Perdoem a nota pessoal, mas o repórter envia um abraço para todos os membros da equipa Patolino, velhos conhecidos destas e outras andanças.

Sunday, March 19, 2006

 

Crónica


À terceira jornada, novos protagonistas e algumas surpresas. Um jogo interessante por parte do António Pascoalinho, que depois dos poemas da tabela periódica e das perguntas com os nomes das equipas nos surpreendeu com as letras de músicas incompletas.

Desde logo todo o destaque para a E.V.A. que depois da falta de comparência da último mês arrasou toda a concorrência. Mais uma vez Nuno Cabral esteve endiabrado conduzindo a sua equipa a uma vitória sem discussão e estando a apenas 4 pontos da liderança. Liderança esta que mudou de mãos. Os Fósseis mercê de um primeiro e de um segundo lugar são os novos “Comandantes” do Campeonato Anual de Quiz de Cascata destronando os Cavaleiros.

Cavaleiros e Fernandos Mamedes que não chegaram à terceira fase (Perguntas de Nível 3) havendo neste momento apenas uma equipa que fez o pleno de todas as finais. Sabem qual? Isso mesmo, os Lagartixas! Sorrateiramente lá vão agarrando o seu 5º lugar à espreita de noites mais desinspiradas dos adversários para chegar à primeira vitória.

No extremo oposto Pato Lino continua lanterna vermelha e é neste momento a única equipa que nunca passou do nível 1 (Fácil). As coisas também não têm saído bem aos Mineteiros apesar do reforço Júlio.

A terceira jornada foi também o acordar tardio do Ursinho Bobó (primeira vez no pódio) e do Bom o Mau e as Viloas, finalmente num lugar mais condizente com a qualidade da equipa. Por outro lado parece que é mesmo verdade que quem está bem no Quiz Bar anda mal na Academia da Ajuda. Prova disso são os Indomáveis vencedores na terça-feira com mais de 40 pontos, mas muito fracos nesta jornada.

Como não podia deixar de ser a noite teve que ter a suas polémicas. O Ursinho Bobo pensou seriamente abandonar a sala quando lhes roubaram dois pontos por Paio Pires e Rabo de Ovelha não poder ser considerado vinho. Eu pergunto PIRIQUITA é uma casta e também um vinho! É uma casta ou vinho? Absolutamente ridículo. Pelo menos deu para rir ao ver os elementos da “brilhante” equipa Pato Lino a opinar sobre a matéria.

Absurda também a forma como a Laranja Mecânica se queixou do facto de Gerd Muller ter marcado em todos os jogos do Mundial. Vamos lá ver uma coisa. No mundial de 70 no México onde a RFA NÃO FOI À FINAL, Muller marcou 10 golos (E só para não restarem dúvidas… Não, Muller não marcou no jogo de 3º e 4º lugar). No Mundial de 74 a RFA foi à final mas Muller teve uma prova apagada comparada com 4 anos antes, tendo inclusivamente a RFA perdido por 1-0 com a RDA, não podendo portanto dizer-se que nem Muller nem outro alemão marcou em todos os jogos. A cascata era para o Ursinho Bobó e não há grandes dúvidas em saber que a única resposta certa à pergunta qual o jogador que marcou em todos os jogos do mundial é Jairzinho, 1970, México. Menos um ponto. Estes três somados davam um 2º lugar que o Ursinho perdeu.

Outra grande polémica prendeu-se com a brontologia. Estudo dos relâmpagos, estudo dos trovões? Os Cavaleiros ficaram a perder, mas com razão? Não sei. Os Cavaleiros responderam relâmpagos. Todos os dicionários e enciclopédias que tive o cuidado de consultar falam em trovões. Até podia passar, eu penso que deveria passar. Mas para mim depois da vergonha das castas de vinhos e vinhos não tenho a menor complacência nem pena. Bem feito.
A última polémica prende-se com uma distracção da organização. Os submarinos U. Quando confrontado com uma resposta errada, Pascoalinho deu a resposta antes de poder dar a volta à sala, quando os Cavaleiros e os Mamedes já tinham falhado. No meu parecer o que é justo é exactamente o que aconteceu, embora reconheça que não é essa a tradição do quiz de cascata, entre a justiça e a tradição está sempre primeiro a justiça. Se não fosse o erro do Pascoalinho tanto os Cavaleiros como os Mamedes já tinham perdido aquela pergunta. Não nos podemos esquecer que ambos falharam uma pergunta BEM FORMULADA, mas à qual 8 equipas não tiveram hipótese de responder. Assim é justo que se tenha iniciado o jogo com uma pergunta a valer um ponto onde o jogo parou. Se não se procedesse assim estar-se-ia a dar uma janela de oportunidade e duas equipas que não a mereciam.

Polémicas à parte o jogo foi bem disputado e provocou equilíbrio no campeonato, sendo de lamentar a falta de comparência de outra equipa, desta feita os Moscatel e Scones. Uma tradição que esperemos não se enraíze no Quiz de Cascata...

Luis Tirapicos Nunes

 

Vencedores da 3ª Jornada



E.V.A. - Equipa de Valor Acrescentado.

(António Seabra Ferreira, Sofia Peixeiro, Nuno Cabral, Ana Monteiro e Vasco Severo)

Friday, March 17, 2006

 

Hoje há Quiz de Cascata!

E os Fósseis jogam sem o camisola 10...

 

Da ciência, dos erros e do que realmente explica o mundo físico e metafísico

Várias polémicas – mais elevadas que aquelas que nascem entre Veigas e Guilhermes - sempre saudáveis, sobre questões científicas, vieram a lume após as duas primeiras jornadas do quiz.

Sobre este assunto o QdC foi ouvir duas especialistas na matéria – capazes de ombrear com um vulto da dimensão do saudoso José Roberto “esta substituição é digna de um treinador com um tumor na cabeça” Tedesco - e lídimas representantes da ala feminina do Quiz – duas das nossas Mias Hamms.

Patrícia, uma Lagartixa, e Sofia, uma Fernando Mamede, lançam luz sobre alguns assuntos que fizeram história no quiz - como Milinkovic iluminou os blaugrana do lado de lá do Marão - e lançam pistas para o futuro - como N’Kongolo, com um irrepreensível domínio técnico do pontapé em balão, lançava Bolinhas no relvado da Atlantic City portuguesa.

- Para acabar de vez com as sinapses: o Hugo Oliveira deu uma resposta a um post da Patrícia sobre o assunto no blog dos Lagartixas, afirmando que um excesso de cientismo pode ter mais custos que benefícios. Que vos parece?

S - Concordo genericamente com a opinião do Hugo, mas há uma diferença entre excesso de cientismo e rigor... Neste caso já tão discutido, tenho de admitir que também não consideraria correcta a resposta "sinapse". Talvez o excesso de cientismo tenha estado na elaboração da pergunta, que de facto era muito específica ao pedir o local. E se a pergunta é específica, então também a resposta o deve ser.

P - A minha resposta é bem conhecida e não vale a pena bater mais no ceguinho. Concordo plenamente com o que a Sofia diz. Para uma pergunta específica, uma resposta específica. A maioria das polémicas resulta de desleixo na elaboração da pergunta. E a sensação que tenho, na maioria das vezes, é que partem da resposta e depois armam uma pergunta que acham que vai dar essa resposta. Como a pergunta do tamanho dos CD’s. É um facto interessante saber que o CD foi criado de forma a poder incluir toda a 9ª Sinfonia, mas os senhores estavam a contar os centímetros ou os minutos? Lá está, é uma questão de rigor, e não de cientismo. Não são bem a mesma coisa.

- Neste último jogo também surgiram duas questões: uma sobre a hidrólise de amido e outra, que mereceu repúdio geral, sobre a respiração endógena. Afinal, que se passou?

S - Aproveito para manifestar publicamente que repudio a questão dos enzimas que hidrolisam o amido!! Deviam chamar-se amidolases, que é um nome mais bonito e que soa muito melhor! É claro que me lembrava do nome deles, como esquecer? Mas depois uma pessoa expressa a sua opinião e ainda é penalizada por isso... (mas a sério, não me apercebi de qualquer polémica nesta pergunta, afinal o que há a disputar?!)
Quanto à pergunta do ciclo de Krebs, acho que estava mal feita e não vale a pena estar aqui a desfilar o meu livro de bioquímica para explicar porquê. Mas é óbvio que estas discussões tornam os organizadores cada vez mais avessos a incluírem perguntas científicas.

P - Não me lembro da pergunta sobre respiração endógena (já lá vai algum tempo), mas a hidrólise seja do que for faz-se pela água. Se a resposta pretendida era “amilase” (e lá estamos nós a partir da resposta para criar perguntas, tipo Jeopardy!) talvez se devesse perguntar o nome da substância responsável pela digestão do amido, e não pela hidrólise, mas não me lembro ao certo da pergunta e é melhor não me alongar porque também não sou especialista na matéria.


- Em entrevista a este blog o Jorge Paramos afirmava que gostaria de ver mais perguntas sobre ciências para “combater o dogma não-escrito que em larga medida a exclui da chamada cultura geral.”. Este dogma existe mesmo?

S - Eu concordo com tudo o que o Jorge Páramos diz! Ele é um génio e eu não passo de um apêndice sem personalidade. Aliás, eu só estou na equipa para ir buscar panos para limpar o chão sempre que o Paulo ou o Jorge derrubam a bebida. Agora que os Mamedes se livraram do elo mais fraco, basta desenvolverem um pouco mais de coordenação motora para os primeiros lugares começarem a cair em catadupa!

P - Não me parece que exista um dogma, mas apenas algum receio, por parte de quem faz as perguntas, de meter os pés pelas mãos em questões científicas que na realidade não dominam. Como já se tornou evidente nos exemplos de que já falámos, uma questão de interpretação mal feita e/ou uma linguagem pouco cuidada na elaboração das perguntas é o suficiente para levantar polémica. E o facto é que em ciência as coisas são como são, não pode haver ambiguidade na pergunta nem na resposta, portanto se calhar o dogma passa por aí e é um tema que se evita porque dá mais trabalho do que os outros (o que é uma pena!)

- Algumas equipas que lutam consistentemente por boas classificações (Cavaleiros, Ursinho) não têm nenhum especialista em ciências, pelo menos alguém com formação académica na área. Isto é sintoma desse dogma?

S - Isto é sintoma da idade média dessas equipas, cujos membros foram à escola quando o comboio ainda era a vapor. OK, confesso que não faço ideia das idades dos Ursinhos. Mas os Cavaleiros, esses são um bando de cotas!

P - É apenas o resultado óbvio do facto de haver poucas perguntas sobre ciências. Assim sendo, para que precisariam de um especialista?
Já vi os Cavaleiros ou os Fósseis (não me lembro qual das equipas) responder no quiz do bar do Júlio que nós temos as papilas gustativas no céu da boca. E ganharam. São fortes nas áreas mais comuns, não têm de se preocupar com o tipo de perguntas que aparecem uma vez quando o rei faz anos.


- Que recomendações poderão fazer a próximos organizadores do jogo no que toca à elaboração de questões científicas?


S - Eu acredito que todas estas questões se resolveriam se, após fazerem as perguntas científicas, os organizadores as passassem para "avaliação" a alguém entendido no assunto. E se não conhecerem ninguém, porque não recorrer a um participante do quiz que se saiba ser especialista nisso? Não acho que hajam problemas por essa pessoa ficar a saber que a tal pergunta sai no próximo jogo; se hipoteticamente for parar à sua equipa, não é que a falhasse de qualquer modo... Esta medida teria provavelmente evitado as confusões das sinapses e de Krebs, e assim ficava toda a gente contente.
Mas realmente gostava que os futuros organizadores continuassem a incluir as questões científicas. Trazem certamente um outro grau de dificuldade ao jogo, dando-se assim valor às equipas com conhecimentos mais abrangentes.

P - Esperando sinceramente que continuem a incluir perguntas sobre ciência nas próximas etapas do quis, aqui ficam os conselhos de alguém que não é especialista em coisa nenhuma:
1º Não pesquisem na Wikipedia
2º Percam mais do que 30 segundos a olhar para a frase que escreveram e certifiquem-se de que a linguagem usada está correcta e não há espaço para ambiguidades (não custa nada, a sério!)
3º Não usem essas perguntas para mostrar ao mundo que sabem uma coisa que o resto não sabe. Façam-nas no âmbito da cultura geral e perguntem coisas sobre ciência mas que estejam ao alcance do conhecimento do cidadão comum.
4º “Em que ano Einstein deu o primeiro beijo?” e “Qual era a alcunha do Thomas Edison quando andava no jardim-escola?” não são perguntas sobre ciência.


E pronto. Já agora, como se chamava o irmão do Parfait N’dong, esse monstro congolês a varrer áreas, sabem?

Thursday, March 02, 2006

 

Equipa em Destaque

DESDE QUE HAJA MOSCATEL E SCONES ESTAMOS CÁ!



A conhecer....
Pedro Fatela (mais conhecido por Fatela)Este gajo já foi aquilo a que nós usualmente chamamos um pseudo-intelectual (um gajo que sabe umas merdas e só por isso já pensa que é o maior), mas o grupo conseguiu recuperá-lo para a vida em sociedade! As suas áreas favoritas são desportivas...O Fatela demonstra a sua importância no grupo sempre que se levanta e vai buscar o Moscatel e os Scones, normalmente nem tropeça...é de uma regularidade impressionante!

Hugo Cristina (mais conhecido por Buda)Um verdadeiro consumidor da nossa sociedade, gosta de comer, beber e sempre que possível armar confusão!As suas áreas predilectas são a literatura infantil e pornografia.O Buda é o chamado "allround player" no Quiz, pois consegue ter um nível idêntico em todas as áreas do jogo...é pena o seu nível ser tão mauzinho!

Pedro Aniceto (mais conhecido por Aniceto)Este animal é o elemento mais normal deste grupo, não lhe são conhecidas histórias de sexo em grupo ou de sadomasoquismo. As suas áreas predilectas são a grande e a pequena (o gajo é um bom ponta).O Aniceto é o surfista do grupo e todos sabemos a importância que um gajo destes tem neste jogo....

Joana Balola (mais conhecida por Joana)É a única mulher do grupo...apesar de alguns defenderem que o Aniceto também é gaja! Mas como eu acho que transformistas não contam...a Joana é a única! As suas áreas favoritas são as telenovelas e as revistas cor-de-rosa (reza a história que não existe amasso na alta sociedade que ela desconheça).A Joana é a arma secreta do grupo...normalmente nos momentos decisivos, ela decide....mal...mas decide....e nós gostamos dela por isso. Erra, mas erra com convicção!É um espectáculo!!!

Nuno Costa (mais conhecido por Shummi)É um animal das estradas portuguesas, não existe rua ou avenida desconhecida, beco ou valeta que ele não trate por tu! As suas áreas mais fortes são naturalmente os carros (o seu famoso Micra vermelho fez história na noite de Lisboa) e as bebidas (os vómitos também)!O Nuno é um elemento fundamental na equipa, normalmente é ele que leva o carro e a gasolina está cara pa caneco!

O Luís Genebra apenas será apresentado quando participar numa Jornada!



(Este texto é uma auto-apresentação da equipa sendo o QdC alheio à veracidade ou não dos argumentos em causa!)

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